terça-feira, 24 de novembro de 2009

Caminho das Índias leva o Emmy

Pela primeira vez uma telenovela brasileira vence o Emmy, "Caminho das Índias" disputou com dois folhetins das Filipinas e uma da França a estatueta que representa a mais importante premiação no mercado de televisão. Você pode não gostar de novelas ou ter reclamado de tanto "are baba", mas não pode deixar esse feito passar em branco. Foi um grande feito. Parte da equipe foi a NY para receber o prêmio.

Glória Perez é uma autora tradicional, gosta de grande melodramas, onde romance e drama se misturam entretendo o público. Há sempre em suas novelas o famoso mershandising social. Em Caminho das Índias, além da cultura indiana, a autora explorou bastante o problema da esquisofrenia e a diferença da psicopatia. Para isso fez bastante pesquisa, inclusive com a Associação Brasileira de Psiquiatria. Tanto o drama de Tarso, vivido por Bruno Gagliasso, quanto a vilania de Ivone interpretada por Letícia Sabatela foram bem construídas, conquistando o público.

Aliás, apesar do romance de Raj e Maya terem chamado a minha atenção, eu gostava mesmo era da trama dos Cadore. Bem construída, a trama lembrava grandes dramas familiares das telenovelas de Janete Clair, com direito a troca de identidade, vilã fria, irmão contra irmão e socialite deslumbrada. No geral, achei uma boa novela, mas inconstante, não é nem mesmo a melhor da autora, como já tinha falado no balanço ao final da novela.

Com direção geral de Marcos Schechtman, que manteve a parceria com a autora desde América, a novela foi exibida no Brasil de 19 de janeiro a 14 de setembro de 2009, com média de audiência 41 pontos. Quem quiser relembrar a novela com fotos, o Portal MSN fez um especial para ela.

Já tinha declarado aqui minha admiração pela força de Glória Perez. O fato de ter enfrentado uma doença no meio do processo da novela também é admirável. Por tudo isso, fico feliz com a premiação. Que muitas outras novelas brasileiras possam brilhar da mesma forma.

sábado, 21 de novembro de 2009

Explode Coração Inocentada de plágio

Desde que li a matéria sobre o resultado do julgamento de Explode Coração quis falar sobre o fato, mas acabei deixando passar e depois tive problemas no computador (que ainda não se resolveram completamente). Mas, acho importante ressaltar, pois não é a primeira vez que isso acontece. Não sei se algum autor renomado se daria ao trabalho de plagiar o que quer que seja. Afinal, eles têm a Globo dando suporte, poderiam comprar os direitos e fazer uma livre adaptação, por exemplo. Além disso, as idéias estão no ar, é muito difícil definir o que é ou não um plágio.

No caso de Explode Coração, a justiça sentenciou: "não há provas de plágio. Afinal, histórias de amores proibidos entre membros de culturas diferentes são uma situação comum que não exigem muita criatividade." Alma Gêmea, atualmente no Vale a Pena Ver de Novo, também sofreu acusação de plágio e Walcyr Carrasco foi inocentado, por ser apenas mais uma história de reencarnação. Aguinaldo Silva também já havia ido parar no tribunal, com a acusação de plagiar um livro sobre duplos (sua história na novela O Outro).

O fato é que uma questão de plágio é muito difícil de provar, se o texto não estiver na íntegra, por exemplo, o registro da Biblioteca Central nem é válido. As pessoas jogam na tentativa de lucrar facilmente, o que é uma pena, pois atos assim fizeram com que a Rede Globo fechasse a Casa de Criação Janete Clair e parasse de ler textos de desconhecidos. Isso gera um processo frustante para os aspirantes a autores, afinal, se não é possível ler, como demonstrar o talento para uma possível oportunidade na emissora? A crise de novos autores passa também por esse processo. Há um medo de assimilar qualquer idéia que possa vir a ser chamada de plágio.

Defender seus direitos e idéias é mais do que válido. Porém, as pessoas têm que ter certeza e provas de algo ao acusar.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

E o vestido rosa foi parar no Casseta e Planeta

Apesar de todas as lutas e conquistas femininas, as mulheres continuam sendo consideradas objetos pela mídia. O caso da garota do vestido rosa na Uniban não é diferente. Jovens universitários quase lincharam a garota que teve que ser escoltada pela polícia para sair da Universidade embaixo de um coro nada amistoso e ainda foi expulsa por ter "provocado". Após muito protesto, intervenção do MEC, Procon e sociedade organizada, Geisy foi readimitida e agora brinca com o problema, ganhando fama.

Ontem, no Programa Casseta e Planeta ela fez uma participação especial como aluna da "Uniburka", uma universidade onde todas as alunas usam burka. Além da brincadeira com a vestimenta, o programa brincou com algumas piadas que surgiram na internet de que os rapazes da Universidade não gostavam de mulher. O grupo humorístico não perde a chance e demonstrar estar sempre atualizado com as "piadas" do país.

Segundo o portal MSN, a gravação do programa gerou uma grande movimentação no Projac. Até as apresentadoras do vídeo show Fiorella Mattheis e Geovanna Tominaga tiraram fotos e comentaram na internet sobre a passagem da loira por lá.

O acontecimento com essa menina foi algo sem sentido e de proporções imensas. Principalmente pela atitude da Universidade de dizer que a culpa foi dela. Seguindo essa lógica, todas as vítimas serão culpadas pelo que lhes acontece. Mas transformar uma garota de vestido curto quase linchada em celebridade é muita falta de assunto. Já tem música, convite para Playboy e filme pornô, possível leilão da peça e agora aparições em programas humorísticos. Nem BBB tem tanto Ibope em pouco tempo. Triste do país que precisa de ídolos assim para sobreviver.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O Adeus a Mara Manzan

Mara ManzanEm Caminho da Índias ela teve que se ausentar várias vezes por complicação de uma enfisema pulmonar, mas nunca perdeu a esperança. Ficou irritada quando Glória Perez chamou a atriz Thaís Garayp para dar um apoio no núcleo de sua personagem Ashima, porque achou que estava sendo substituída. Voltou, mas só podia gravar em estúdio e sentada. Ainda assim, nada abalava seu otimismo. Hoje, sexta-feira 13 de novembro, no entanto, Mara Manzan não resistiu e faleceu.

No seu blog, o último post dizia:
"Estou novamente num momento muito feliz da minha vida, Graças a Deus estou me sentindo cada dia melhor, cheia de vontade de trabalhar, hoje eu li uma frase do querido Neguinho da Beija-Flor que vale pra todos nós "Só da gente ter direito à vida é o suficiente pra viver sorrindo", hoje eu posso dizer que valorizo muito mais a vida, quero morrer bem velhinha, se possível ver meus netos grandes quem sabe ser uma biza bem animada, sempre trabalhando e trazendo alegria no coração pros meus queridos fãs que estiveram todo o tempo do meu lado me dando força, me ajudando sempre a confiar. Obrigada a todos! bjs, fiquem com Deus! - Mara Manzan"


Mara ManzanConheci o trabalho da Mara em sua primeira novela, a minha preferida, A Viagem, em um personagem secundário da vila de Dona Cidinha. Mas, ela chamou a atenção mesmo foi com seu dom peculiar: pirofagia. Lembro ainda de reportagens no vídeo show, mostrando ela cuspindo fogo pelas ruas de São Paulo. Seu primeiro papel de destaque foi em Salsa e Merengue como a hilária "Sexta-feira", empregada de Debora Bloch. Fez ainda Pecado Capital, O Clone (cada mergulho é um flash), Senhora do Destino, entre outras.

Descobriu o cancêr de pulmão em 2008 e desde então, vinha lutando contra as complicações da doença. Que descanse em paz.



Fonte: MSN

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Maneco e o atraso de Viver a Vida

Os roteiros de Manoel Carlos estão atrasando mais uma vez e os atores estão ficando irritados com isso. Segundo a Folha de São Paulo, o autor se defende: "Eu não atraso, eu escrevo com pouca frente, o que pode ser interpretado como a mesma coisa. Sempre foi assim, em todas as minhas novelas", diz Maneco. "Mas... quem entra nas minhas novelas já sabe que será assim. O Tony [Ramos] fez 5, o Zé Mayer fez 6, a Regina [Duarte] fez 4 - e eles nunca reclamaram. Mas reconheço que fiquei mais vagaroso, já que estou caminhando para os 77 anos, o que não é brincadeira"

A intenção de Manoel Carlos, já que escreve sobre o drama cotidiano, é se manter o mais atual possível. É comum suas novelas comentarem o que foi notícia na semana, citar uma data importante ou mesmo uma nova moda no país. Não é o costume da Rede, que quer sempre 15 capítulos de frente, mas já sabendo que o autor é assim, porque criar tanta polêmica?

Não gosto desse estilo tão cotidiano do autor, prefiro novelas com mais acontecimentos, com a ação conduzindo a dramaturgia, a exemplo de Gilberto Braga ou Silvio de Abreu, ainda assim não deixo de compreender as escolhas que condizem com esse retrato do dia a que que ele sempre quis passar. Não é por falta de ajuda, já que a novela conta com cinco colaboradores (Ângela Chaves, Cláudia Lage, Daisy Chaves, Juliana Peres e Maria Carolina), então, não adianta ameaçar, oferecer novos colaboradores, nem dar ultimatos. Comparar com o caso ocorrido em 2003 com Esperança também faz parte do sensacionalismo da imprensa. Afinal, Benedito Ruy Barbosa estava com problemas sérios de saúde (não apenas de uma operação de catarata como Manoel Carlos), além disso, ele escrevia a novela sozinho, no mesmo estilo de Glória Perez, que conseguiu finalizar Caminho das Índias, mesmo com o câncer.

A questão que rege é mesmo a audiência, que não anda muito boa. Talvez com o acidente de Luciana e a virada na trama, isso melhore um pouco e Maneco possa voltar a escrever no seu ritmo de sempre, sem problemas. Apesar de não estar acompanhando muito a novela e ter achado o acidente e a "culpa" de Helena muito melodramática, torço para que tudo se resolva.