Envolvida com o prêmio TopBlog que o outro blog que escrevo estava entre os finalistas, deixei de comentar o final da novela das oito, mas não queria deixar passar sem falar o que achei do final. Caminho das Índias começou bastante inconstante, com um casal pseudo-protagonista fraco e uma cultura muito diferente. Aos poucos, foi conquistando o público, construindo um amor, tal qual Raj e Maya. Expressões como are baba, Baguan Kelie, Mamadi, Arebaguandi, Atchá etc caíram na boca do povo. Aqui na Bahia teve até pagode indiano criado, mas essa parte deixa quieto que é melhor. Agora, o núcleo que conquistou a todos foi mesmo o dos Cadore.
A trama folhetinesca da psicopata Ivone com Raul e Sílvia conquistou a todos por suas nuanças, emoção pura. O drama de Melissa e Ramiro com o filho esquizofrênico, além do velho Cadore e da exôtica Inês. Isso sem falar de Ondina e Sheila, impagáveis, cada uma em seu papel.
A espevitada Norminha também será difícil de ser esquecida. Assim como os trambiqueiros César e Ilana, apesar dos excessos. No núcleo indiano há também o impagável Manu e o rígido Opash, em uma interpretação fantástica de Tony Ramos.
O fim acabou sendo muito bom, vi pessoas reclamando de incongruências e contesto algumas. A mudança de pensamento de Opash mesmo não foi sem sentido. Os conceitos não mudaram num piscar de olhos, mas ao descobrir o segredo de sua mãe, o personagem percebeu que tudo o que acreditava era relativo, ele que sempre falou que as castas eram o que eram, que dava para reconhecer um comerciante desde o berço, de repente percebe que ele não era um comerciante, mas um Bramani, ou seja, deu um nó na cabeça dele. Além disso, o amor que tinha pelo Niraj falou mais alto. Como condenar Maya, se sua mãe tinha feito o mesmo? Pouco antes do casal entrar na casa dos Ananda, Laura Cardoso falou: "está na hora de buscar a mãe de Niraj de volta".
Agora o reencontro do casal merecia um acabamento melhor. A emoção se perdeu com aquele efeito cinderela forçado e mal feito, mas enfim... Já Surya, acho que depois de tantas revelações, as armações dela seriam fichinha, então nascer outra menina foi seu maior castigo. Gostei, ao contrário de Ivone. A fuga da vilã reforçou a questão de impunidade reinando em final de novelas. Glória Perez quis mostrar um pouco a justiça brasileira e todas as suas brechas, mas, o final de Zeca também mostrou isso e foi mais satisfatório.
Outra coisa que não entendi foi porque o casamento de Bahuan e Shivani passou tão rapidamente, tanta produção gasta, elefantes, maquiagens, figurantes para segundos na tela. Muito estranho.
De qualquer forma, Glória Perez está de parabéns. Escrever uma novela no horário nobre, de sucesso já é difícil, ainda mais sozinha. Tudo fica ainda mais impressionante quando está se passando por um momento de saúde delicado. Mas, para quem já terminou uma novela após perder uma filha, ninguém duvidava que Caminho das Índias chegasse ao fim.
P.S. Fica apenas a observação sobre o sumiço da Dona Cidinha. A atriz Eva Todor teve que passar por uma cirurgia, não podendo gravar os últimos capítulos. Merecia pelo menos uma citação, ficou parecendo que a personagem nunca existiu. Uma pena.
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