segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Novelas que viram filme

Dois clássicos da televisão brasileira irão para as telas de cinema. O Bem Amado e Roque Santeiro. Ambas escritas por Dias Gomes, marcaram a teledramaturgia brasileira com temáticas políticas e personagens inesquecíveis.

O Bem Amado foi a primeira novela em cores da televisão e foi ao ar em 1973. Tinha como protagonista o saudoso Paulo Gracindo como o prefeito Odorico Paraguaçu que queria a todo custo inaugurar o cemitério da cidade, mas a população teimava em não morrer. Fez tanto sucesso que gerou uma série entre 1980 e 1984, com o mesmo nome.

O filme O Bem Amado já está em processo de filmagem em Alagoas, é produzido por Paula Lavigne e dirigido por Guel Arraes. Para o papel que foi de Paulo Gracindo, teremos Marco Nanini. Matheus Nachtergaele fará Dirceu Borboleta papel que era de Emiliano Queiroz e José Wilker, Zeca Diabo, personagem de Lima Duarte. O longa-metragem contará ainda com Andréa Beltrão, Tonico Pereira, Drica Moraes, Zezé Polessa, Maria Flor e Caio Blat.



Roque Santeiro foi uma novela à parte. Pronta para estrear em 1975 foi barrada pela censura da ditadura militar ao saber que a história se baseava na peça teatral de Dias Gomes: O berço do herói. Isso gerou um problema para Globo que teve que passar um compacto da novela Selva de Pedra enquanto aprontava outra novela para o horário, que acabou sendo Pecado Capital de Janete Clair. Dez anos depois, já no governo Sarney, Roque Santeiro finalmente estreou com Lima Duarte, Regina Duarte e José Wilker no triângulo principal. A novela fez tanto sucesso que o último capítulo bateu recordes de audiência.

O filme Roque Santeiro ainda está em fase de negociação, mas tudo indica que quem fará o papel de Sinhozinho Malta (antes de Lima Duarte) será Antonio Fagundes. Fica a expectativa de que ambos consigam chegar a resultados tão bons quanto as novelas que os antecederam.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Cadê os grandes casais?

O casal de Caminho das Índias, Maya e Bahuan parece que não está conquistando o público como deveria. Fazendo um retrospecto das últimas novelas, são poucos os casais centrais que têm a torcida do público de maneira tão unâmine. Está certo que as novelas não são mais as mesmas, centradas em um romance. Muitos temas são explorados e novidades são testadas. Porém, mesmo quando inovava, as novelas sempre tinham um casal central que guiava a torcida do público. Aqueles amores arrebatadores que tiravam o fôlego dos telespectadores parecem ter se perdido no meio das inovações diárias.

E essa mudança não é tão antiga quanto parece. A pouco tempo casais como Jade e Lucas de O Clone, Lola e Esteban de Kubanacan, Ester e Inácio de Força de um Desejo, eram unanimidade na torcida do público. Isso, apenas para citar um de cada horário das telenovelas da Rede Globo. Olhando as últimas novelas das oito, percebemos que os casais parecem ter pedido um pouco da graça, da química de antes. Quem torceu por Tião e Sol de América? Ou Maria Clara e Fernando de Celebridade? Ou mesmo Maria Paula e Ferraço de Duas Caras? A Favorita nem mesmo pode-se dizer que teve um casal para se torcer, já que Zé Bob e Donatela mais pareciam um casal pastelão.

Por falar em pastelão, cito um dos casais mais românticos da história das telenovelas, que Sílvio de Abreu teve a coragem de separar em sua novela Guerra dos Sexos. Falo de Juliana e Nando, interpretados por Maitê Proença e Mário Gomes. Não eram o casal central, já que a trama tinha Fernanda Montenegro e Paulo Autran nos papéis principais. E eles tiveram um final feliz. Mas, todos se encantaram pelo amor puro do motorista Nando pela Dona Juliana, que ele tinha como uma princesa. Várias cenas tornaram os dois personagens o romance principal da trama. Era possível sonhar ao ver as cenas dos dois.

Véspera do casamento de Nando com Roberta:


No Rio, Juliana já sabe que ama Nando, mas não quer admitir:


Uma das declarações de amor mais bonitas vistas em novelas:


Apesar de todo esse amor, após o casamento, o relacionamento parecia descer a ladeira. Sílvio de Abreu preferiu mudar a personalidade de Juliana, tornando-a uma mulher insegura, fútil e chata. Os dois brigavam o tempo todo e Nando acabou percebendo que amava mesmo era Roberta. Os telespectadores torceram pelo casal, mas as expectativas foram frustradas pelas cenas finais. Mesmo assim, existem fãs até hoje do casal que nunca esqueceram aquelas belas cenas do início da novela.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Novela e internet

Seguindo a tendência de interagir com diversos meios de comunicação, a Globo têm se mostrado bastante aberta a arriscar novas mídias para envolver suas novelas em realidades paralelas. Ainda engatinhando, é verdade. Mas, a demonstração dá esperanças para que em breve vejamos ações como as HQs de Heroes ou os ARGs de Lost.

A primeira ação foi a tentativa frustada de Três Irmãs, com um blog dos gêmeos da Praia Azul que seguiam uma história paralela na internet tentando fazer campanha contra o hotel que queria ser construído na praia da novela, desalojando os pescadores. Talvez, pela má vontade do autor com a iniciativa, não teve muito gás. Antonio Calmon chegou a declarar que na trama dele ninguém metia a colher e que internet era outra coisa. A ação acabou e a Globo criou o Surfinia, um jogo on line com prêmios diversos.

A outra iniciativa foi bastante interessante. Segredo da China era um jogo paralelo à novela Negócio da China, onde os internautas tinham que passar quatro etapas concorrendo a uma visita ao Projac. Na terceira etapa, Theo (o personagem de Eike Duarte) mandava um pendrive para a casa dos jogadores que tinham que achar as coordenadas nas figuras dentro do objeto. Uma moça chamada Alice venceu e visitou a casa da Globo. Apesar de alguns erros, foi uma iniciativa interessante.

Agora é a vez da novela das oito, Caminho das Índias, o personagem Indra tem um blog e comenta sobre ele na trama (ao contrário dos gêmeos da novela das sete). Em total interação com o que acontece nos capítulos, o blog é atualizado como se fosse o personagem e as pessoas estão comentando e interagindo com essa realidade paralela. Resta saber onde tudo isso dará.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A Lei e o Crime faz sucesso

Com o sucesso da série da Record, Lei e Crime, Marcílio de Moraes terá que fazer mais sete episódios. Inicialmente com 16 episódios, a série conquistou uma audiência tão boa que a Rede Record se animou e exigiu a ampliação da história que já está sendo cogitada para venda no exterior.

A fórmula parecia arriscada, já que o público têm tido acesso a diversas séries americanas. Neste formato, eles estão muito a frente de nossa teledramaturgia que se especializou em novelas e minisséries. A grande diferença de uma série é o aprimoramento. As histórias parecem mais trabalhadas, com personagens mais bem desenvolvidos e diálogos ágeis e inteligentes. São destinadas a públicos específicos e por isso, podem aprofundar determinados temas e conceitos.

A Lei e o Crime não é nenhum CSI, nem Prison Break, muito menos um 24 horas. Sua história parece absurda, seus diálogos são fracos, seus atores aparecem na corda bamba da interpretação. Mesmo assim, o seriado prende por saber explorar bem os ganchos. A curiosidade faz com que o público volte na próxima segunda-feira querendo saber como aquilo tudo foi acontecer.

A história gira em torno de Nando, que mata o sogro e foge, indo parar no morro carioca, onde se torna dono de uma boca de drogas. Seu cunhado, um policial corrupto promete vingança e segue em sua cola. Enquanto que Catarina, uma socialite que teve o pai assassinado por Nando em um assalto resolve agir contra o crime como delegada de polícia.

Não deixa de ser uma evolução na teledramaturgia brasileira. A Globo já tentou investir em seriados de aventura, na década de 80 tinha Plantão de Polícia e Carga Pesada, nos anos 90 veio A Justiceira, mas parece que a Vênus Platinada prefere manter apenas seus sitcoms como A Grande Família, ou Toma Lá Dá Cá. Quem sabe, a Rede Record esteja abrindo outro formato na televisão aberta do Brasil.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Deu a louca no tempo

Contando com um bom elenco, Didi levou as telas da Globo a minissérie Deu a Louca no Tempo. Com cinco episódios contava a trajetória de um cientista maluco (tá bom, clichê maior, impossível) que criou uma máquina do tempo para procurar a Pedra Filosofal. Interpretado por Odilon Wagner, o cientista Nicolai (uma referência bem óbvia ao alquimista Nicolau Flamel) comanda um hotel em uma ilha paradisíaca e utiliza os hóspedes para fazer suas experiências.



Comandado por Didi, o elenco é bastante conhecido do seu público, a boa surpresa ficou por conta de Bia Seidl. Sempre tão pouco valorizada pela Globo, a atriz só teve dois bons papéis na rede: o anjo da morte de Sexo dos Anjos e a malvada Glória de A Gata Comeu. Algumas participações interessantes na minissérie Engraçadinha e Memorial de Maria Moura, o restante foram personagens secundários bobos ou que perderam a força como em Alma Gêmea. Lola foi mais um deles, uma socialite atrapalhada que vê sua filha sendo enviada para pré-história e tem que ajudar a trazê-la de volta.

A aventura infantil, no entanto, tem um bom saldo. Melhor que a repetição eterna de Malhação que continua no ar graças a sua audiência inexplicável, divertiu a garotada por uma semana. Isso mostra que o personagem criado por Renato Aragão ainda tem fôlego para uma sobrevida aos Trapalhões. Ele poderia se dedicar a projetos como estes, em vez de insistir na já desgastada Turma do Didi.