quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O segredo de Gerson

Segunda-feira, Passione exibiu o capítulo em que Gérson, personagem de Marcello Antony, revela o seu segredo. Depois de muitos boatos, expeculações e até brincadeiras com candidatos a eleição, a revelação foi morna, previsível. Estava claro que era ligado a sexo e a traumas do personagem que já tinha confessado ter sofrido abusos na infância. A pedofilia, levantada desde o início não se concretizou, não sabemos até que ponto foi censura ou escolha de Sílvio de Abreu. O fato é que ao ouvir Gérson contar a seu terapeuta que via imagens de "sexo sujo", e aí vai da imaginação fértil de cada telespectador imaginar quão sujo são essas imagens, não teve tanto impacto.

No final era apenas um mistério previsível que acaba não afetando totalmente a narrativa. Não que isso seja legal, correto e tal. Mas, é um problema psicológico do personagem que não afeta o mundo, ele não abusa de crianças, não faz sexo forçado com ninguém, não tem prazer em ver pessoas sendo torturadas e mortas como os filmes snurfs que foi outra suposição da mídia. Ou seja, ele não vai ser preso por isso, nem responder a processo. O sexo é o assunto mais procurado na internet e, como Gerson, existem milhares de pessoas doentes inofensivas para sociedade. A novela perdeu uma oportunidade de discutir assuntos muito mais polêmicos e perigosos. Depois de tantos meses de mistério, era o que o telespectador esperava, vide a reação de famosos.

Agora é mais do que compreensível a reação de Diana. Afinal, quem gostaria de descobrir que seu marido vê fotos de sexo escatológico ou algo parecido? Ainda mais se esse marido não consegue ter relações sexuais com você. A história é perfeitamente lógica e cabível, pode acontecer com qualquer um. Esse é um ponto posivito, só não entende-se exatamente a aversão a ter filhos que o personagem demonstrava. Talvez a vergonha e nojo de si mesmo o tornava, em sua cabeça, indigno de criar uma criança.

De qualquer maneira, a história nos faz perguntar onde está aquele Sílvio de Abreu que nos brindou com tantos mistérios surpreendentes como o já lendário Mistério do Bigode Preto na telenovela Guerra dos Sexos. Ou então, o competente escritor policial que nos deixava de cabelo em pé com os mistérios de A Próxima Vítima. Está bem que ele colocou a óbvia Sandrinha para explodir o Shopping em Torre de Babel, mas mesmo sua revelação acabou sendo surpreendente pela forma. Teve ainda a revelação de quem matou Bia Falcão, que na verdade não tinha morrido.

 Passione tem seus adeptos, mas a telenovela não tem mais o impacto de outros sucessos do horário nobre. A concorrência, a repetição dos temas, a forma como os mistérios são tratados pela mídia. Tudo tira o brilho de outrora, tornando cada capítulo um produto realmente descartável. Uma pena. Com opções assim na televisão atualmente, prefiro rever Vale Tudo, meia noite, e lembrar com saudades dos tempos que não voltam mais.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A volta de Lídia Brondi

Mal Vale Tudo re-estreou no Canal Viva e já começam os burburinhos em torno do nome de Lídia Brondi. A novela é líder de audiência no canal a cabo e a repercussão na internet está grande. Por diversas vezes, Vale Tudo foi trend topics do twitter, e foi assim que #brondi apareceu na lista. Mesmo tendo abandonado a carreira de atriz em 1991, após a participar da novela Meu Bem, Meu Mal, a atriz continua inspirando uma legião de fãs, existem várias comunidades no orkut com seu nome e até um blog muito bom, quem quiser conhecer mais veja o link. Era de se esperar, então, que a reexibição de uma de suas personagens mais marcantes virasse notícia.

Solange Drupat é uma jornalista inteligente, independente e bastante ativa. O símbolo da mulher moderna. Até quando resolve ter um filho de forma independente. É uma espécie de amiga de todos e uma voz do público contra Maria de Fátima e Odete Roitman. É com ela que muita coisa é descoberta. Apesar de não ser a protagonista de Vale Tudo, Solange é a personagem preferida de muitos, tendo um papel fundamental na trama. Aqui dois momentos marcantes da personagem:



Vale Tudo é especial para atriz também porque foi nela que conheceu e começou o namoro com Cássio Cabus Mendes, com quem é casada ainda hoje. O casal apesar de separado a maior parte da novela, era símbolo, tanto que foi escolhido para capa da trilha internacional da novela. Os dois ainda atuaram juntos nas duas novelas seguintes, últimas da atriz. Em Tieta, não formavam um casal, mas pertenciam ao mesmo núcleo. Em Meu Bem, Meu Mal, começam a trama brigando, mas logo se entendem. Uma das últimas aparições da atriz foi ao lado do marido no camarote da Brahma no carnaval.


Na época a imprensa falou em Síndrome de Pânico. Durante muitos anos, essa foi a única informação dada. É possível que ela tenha passado por isso, mas hoje nega. Diz apenas que cansou da profissão, não aguentou o clima de competição característico do meio. A atriz hoje é psicóloga, fez faculdade após a desistência da carreira, e diz não ter a menor intenção de voltar a atuar. Ainda assim, o SBT anunciou o interesse na atriz e segundo a coluna de Patrícia Kogut, ela ainda não deu resposta. Acho muito difícil ela seja positiva.

Para os fãs saudosos, o melhor mesmo é sintonizar ao meio dia ou na madrugada para conferir a bela Solange ao lado de seu amigo Sardinha enfrentando Maria de Fátima, Odete Roitman, o besta do Afonso ou mala do Mário Sérgio (que ainda não apareceu na reprise).

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Quem morreu ou quem matou?

Sílvio de Abreu até brincou com um quase suspense de "Quem morreu?" em sua trama de Passione, mas o mistério, além de não ter surtido tanto efeito, acabou voltando-se para a velha pergunta conhecida: Quem matou Saulo? Sinceramente, cansou. Depois de tantos mistérios e mortes em novelas que sempre acabam de forma pouco criativa no último capítulo, a fórmula parece desgastada. A exceção é mesmo Força de um Desejo, telenovela de 1999, onde a revelação do assassino do barão Henrique Sobral não apenas surpreendeu, como foi totalmente coerente. Ainda assim, o objetivo parece ter sido atingido. Passione segue com bons índices de audiência e o capítulo de segunda-feira bateu recordes. Agora o Brasil tem que esperar até o início de 2011 para saber quem matou Saulo, em uma telenovela já cheia de mistérios como o segredo de Gerson ou a paternidade de Fátima.

Após tantos boatos de quem morreria, Sílvio de Abreu quis surpreender imprensa e telespectadores gravando cinco mortes e deixando o mistério no capítulo de sábado para ser resolvido na segunda-feira. A intenção foi interessante, mas a resolução acabou esbarrando nos efeitos já conhecidos desse tipo de mistério em televisão. No capítulo de sábado, diversos personagens brigaram com Saulo. Muitos ameaçaram verbalmente dizendo que o mataria. Outros foram ameaçados pelo mesmo que os tinha em suas mãos e poderia prejudicá-los. Ou seja, todas as cenas apontavam para uma única vítima. Então, quando Mauro atende o telefone e ainda se atrapalha dizendo "ela morreu" e logo depois "ele morreu", ficou forçado. Todo mundo apostava suas fichas em Saulo.

No capítulo de segunda-feira, o suspense conseguiu se manter de forma interessante até o final do primeiro bloco, quando Maitê Proença e Kaiky Britto vêem a cena no motel. Um telespectador que não viu o capítulo de sábado, ficaria com dúvidas de quem seria o defunto. Seria interessante se ele conseguissem manter até um pouco mais o mistério. Mas, tudo foi revelado e vários personagens chegaram em casa mentindo onde estiveram e com ares suspeitos. Esse clima de todos podem ter culpa acaba atrapalhando a verossimilhança da trama e deixando a resolução do "Quem matou?" quase esdrúxula. É a tentativa de enganar imprensa e público.

Foi assim que a famosa Odete Roitman acabou sendo assassinada por engano pela pacata Leila em Vale Tudo. Assim também que assassinos óbvios como Laura em Celebridade ou Olavo em Paraíso Tropical foram revelados. Sílvio de Abreu, no entanto, parece lidar melhor com o mistério, vide A Próxima Vitma. Suas telenovelas sempre tem algo a ser revelado, mesmo em comédias pastelões como Guerra do Sexo, onde todos queriam saber o mistério do bigode preto. Fica, então, a expectativa para que os mistérios da trama sejam surpreendentes e coerentes como Gilberto Braga conseguiu fazer em Força de um Desejo, já que ninguém poderia imaginar Bárbara como assassina, mas a explicação fez todo o sentido, fluindo bem na trama. Eu já tenho meu suspeito ideal para morte de Saulo. E você?

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Túnel do Tempo: Roque Santeiro

A exatos 25 anos estreava finalmente na Rede Globo a telenovela Roque Santeiro. Falo finalmente, porque a obra inspirada na peça O berço do herói de Dias Gomes estava pronta para ir ao ar em 1975 quando a censura vetou a estreia. A Rede Globo teve que conseguir as pressas uma substituta que foi Pecado Capital de Janete Clair. Com a reabertura e o início do governo Sarney, eles tiravam os roteiros já escrito por Dias Gomes da gaveta e chamaram os atores originais. Dias Gomes já não estava escreveno novelas e coube a Aguinaldo Silva escrever boa parte da trama, em colaboração com de Marcílio Moraes e Joaquim Assis. Dias voltaria apenas para fechar a trama, em seu último mês.


Francisco Cuoco e Bete Farias também não aceitaram os papéis de Roque e Viúva Porcina dando a Zé Wilker o papel título e a Regina Duarte o que seria o seu melhor papel na televisão até hoje. Do trio original, apenas Lima Duarte permanceu como o lendário Sinhozinho Malta ("Tô certo ou tô errado). A novela tinha um elenco repleto de estrelas como Paulo Gracindo, Ary Fontoura, Armando Bógus, Lucinha Lins, Eloisa Mafalda, Cássia Kiss, Ísis de Oliveira, Lídia Brondi, Yoná Magalhães e Ruy Rezende . Além de ser a primeira novela de Patrícia Pillar, Maurício Mattar e Cláudia Raia.

Sucesso absoluto enquanto esteve no ar, a novela chegou a bater 100% de audiência no último capítulo, onde todos queriam saber com que A Viúva Porcina iria ficar. No Fantástico seguinte, a cena em que ela ia embora com Roque foi exibida saciando os fãs frustrados com o final a la Casa Blanca, sendo comemorado por Sinhozinho Malta.


A história se passava na fictícia Asa Branca, que vivia as custas de uma lenda local: O Santo Roque, que havia se colocado na frente de bandidos para salvar a igreja de um assalto. Toda a economia da cidade vivia em função disso, assim como a Viúva Porcina, na verdade amante de Sinhozinho Malta que criou essa farsa para levá-la para a cidade. O problema é que Roque não era santo, nem tinha morrido. Ele na verdade, tinha fugido com uma peça da igreja e retorna no primeiro capítulo sem ter idéia do que tinha acontecido.

A presença do verdadeiro Roque ameaça toda a cidade que começa um jogo de xadrez para tentar resolver a situação. Roque acaba se envolvendo com os habitantes locais de diversas maneiras, se apaixona pela viúva Porcina, que também se interessa por ela, quase deixa sua antiga noiva Mocinha louca e é considerado um visitante misterioso para maioria. Com muito humor e inteligência, Dias Gomes, Aguinaldo Silva e equipe criaram uma obra-prima da teledramaturgia nacional, reprisada duas vezes no Vale a pena ver de novo e que agora está sendo produzida como longa-metragem trazendo Antônio Fagundes no papel de sinhozinho Malta, Fernanda Torres como a Viúva Porcina e Lázaro Ramos no papel de Roque Santeiro. Não acho que terá o mesmo brilho, mas, não custa conferir.

domingo, 6 de junho de 2010

Mário Gomes e o processo

Engraçado como a vida é. Hoje, dia 6 de junho, faz 27 anos que estreou a telenovela Guerra dos Sexos, uma trama farsesca que marcou a teledramaturgia brasileira e que não me canso de falar aqui. Apesar de um elenco com nomes grandiosos como Fernanda Montenegro, Paulo Autran, Tarcísio Meira e Glória Menezes, e de a única cena recordada na televisão ao falar dessa trama ser a famosa guerra de comida no café da manhã, havia muito mais naquela trama. E entre esse muito mais havia Nando. O motorista da família Pereira Barreto, o romântico ingênuo apaixonado por sua Juliana (Maitê Proença), que conquistou o coração de todo o país e terminou com a personagem de Glória Menezes, o que frustou alguns fãs.

Quem o interpretava: Mário Gomes, um galã em ascensão que apontava para uma carreira brilhante. Três anos depois, ele era o protagonista da novela seguinte do horário: o jogador de futebol Luca de Vereda Tropical. Aí veio Betty Faria, a paixão dos dois e o declínio de sua história. Na época, a atriz era mulher de Daniel Filho, que não engoliu a traição. Aliado a Carlos Imperial que teve um desentendimento com o ator por causa do cartaz de um filme, o boato ganhou corpo. Ele teria sido visto dando entrada em um hospital após um incidente com uma cenoura... Até uma enfermeira apareceu para testemunhar. Pessoas jogavam cenouras nas ruas em cima do ator. Um horror.

Nunca mais ele conseguiu um grande papel e chegou a cair no ostracismo. É verdade que Perigosas Peruas e Sexo dos Anjos lhe deram uma luz do que ele poderia ter sido, mas a maioria foi de papéis pequenos, quase não lembrados. O estranho é que, só agora, Mário Gomes vá entrar com um processo contra a Rede Globo e Daniel Filho, na época grande executivo da emissora. Realmente não entendo por que demorou tanto e por que resolveu desenterrar essa história agora. Vemos na internet que o boato ainda tem pequena força. Muitos ainda têm dúvidas, muitos ainda juram que foi verdade. Talvez por isso, ele queira deixar as coisas claras. O pedido de indenização é de 45 milhões por danos morais. Acho que dinheiro nenhum paga a nossa paz, mas quem vai desembolsar essa quantia?


O ator, provavelmente insatisfeito com os papéis de migalhas que lhe são dados, como o último em A Favorita onde era o assessor de Romildo Rosa, deve estar querendo algo mais. É fato, no entanto, que a beleza máscula que impressionava há trinta anos se perdeu e o talento do ator pode ter enferrujado. No lugar dele, eu não abriria esse processo agora. Não há como voltar atrás. Mas, quem sabe se faz justiça à memória de um homem.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

E se Lost fosse uma novela da Globo?

Virou sensação na internet um vídeo com uma paródia de como seria Lost se fosse uma novela das oito da Rede Globo. O vídeo logo abaixo é bem divertido e tem alguns atores que seriam ótimos nos papéis. Discordo de alguns apenas.


Fábio Assunção como Sawyer, não sei. Apesar de ter feito um ótimo canalha (Renato Mendes de Celebridade), acho que eu o colocaria como o certinho Jack. Para o golpista eu escalaria Rodrigo Santoro, agora sim em um papel decente.

Ary Fontoura como Locke também não combina muito, eu colocaria Stênio Garcia, por exemplo. Para Ary daria o papel de Bernard, com Zezé Mota fazendo sua Rose.

Daniel Uemura é muito jovem para Jin, mas não lembro de nenhum oriental para colocar no papel. E vocês, o que acham?

sábado, 29 de maio de 2010

Viver a vida - depoimento final

Sei que ano em falta com esse espaço, gostaria de ter escrito uma análise final de Viver a vida e as primeiras impressões de Passione. Sobre a nova novela, ainda vou escrever algo, mas como a trama de Manoel Carlos, graças Deus, já é passado, coloco aqui apenas o depoimento final do capítulo, que foi um dos encerramentos que mais me emocionou nos últimos tempos de telenovelas.

Se você não viu, vale a pena. Se viu, é sempre bom rever...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Escrito nas estrelas

Está escrito nas estrelas que temática espiritual dá Ibope. Pensando nisso, a nova novela das seis foi mais do que encomendada pela Rede Globo. A escritora Elizabeth Jhin, então, teve que estudar o espiritismo para criar sua nova trama e após uma semana, a novela apresenta bons índices, uma média de 25 pontos, mantendo o de sua antecessora, Cama de Gato. O que é visto como bom pelos executivos da emissora.

Com o início das interferências espirituais, essa média tende a crescer. Mas, não é só disso que se sustenta a novela. Na verdade, a autora de Eterna Magia pegou o gancho em outro tema polêmico: inseminação artificial e problemas éticos ligado à ciência genética. Um morto pode se tornar pai? E mais, uma criança pode ser gerada exclusivamente pela vontade de seu avô biológico que quer ter "seu filho de volta?"

Tudo é muito questionável, polêmico e por isso, gera burburinho. O que é sempre bom para uma telenovela. Particularmente, eu não gostei tanto desse mote, mas fiquei satisfeita com a primeira semana apresentada. A história foi se desenvolvendo bem, com alguns pequenos percalços, mas que na média fazem a gente querer continuar acompanhando a trama.

O primeiro capítulo foi forçado em vários aspectos. A forma como Viviane vai parar no hospital, o primeiro embate dela com Daniel, a forma como ela foi incriminada pelo assalto do pai, a carona no carro do moço, o pacto e o acidente. Parece mesmo escrito nas estrelas, não deu tempo nem da gente respirar. E dá para entender que tem alguma coisa de outras vidas, mas, uma viagem já foi o suficiente para o rapaz passar sua existência espiritual cuidando da moça? Pela doutrina há várias questões aí, principalmente a rapidez com que ele se recuperou e já está perambulando pelo planeta: um mês. Mas, não posso dizer que seja impossível, já que era um rapaz de bom coração e teve o resgate imediato. Resta saber como será a condução do outro lado.

Quanto aos que ficam encarnados. A velha trama de mocinha chantageada pelo golpista e duas vilãs inescrupulosas no seu encalço. Aliás, a criatividade foi tanta que a música tema de Beatriz é a mesma de várias outras peruas de novela. Mas, faz parte do gênero, ainda mais no horário em que se encontra. Outra coisa que chama a atenção pela falta de criatividade é a abertura, simplista e sem muito sentido com o tema. Mas, há coisas boas. O núcleo da médium trambiqueira também é bem construído, mas espero que mediunidade e religião não se resumam a isso. Quem sabe agora temos um centro espírita em uma novela? A favela foi bem representada e interessante a questão do temporal e alagamento tão próximos ao desastre no Rio de Janeiro. Ponto positivo para a produção. Continuando nesse ritmo, Escrito nas Estrelas vai uma daquelas tramas boas de se acompanhar. Tomara.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Troféu Imprensa

E no mesmo dia em que a Globo transmitiu seu melhores do ano, Sílvio Santos exibe o Troféu Imprensa 2010. Mais tradicional e englobando todas as emissoras abertas do país, o único problema do prêmio é não ter os participantes ao vivo para o anúncio. Para amenizar, são convidados vencedores dos anos anteriores para pegar seus prêmios. Assim, foi Cauã Raymond que venceu ano passado por sua atuação em A Favorita e reclamou das brincadeiras do dono do baú. Hebe Camargo também compareceu, sendo o ponto emocional da noite, após sua luta contra o câncer.

Comparando com o Melhores do Ano da Globo,algumas diferenças, como Lílian Cabral (sempre excelente) e Tony Ramos, melhor atriz e ator, ou Ivete Sangalo como melhor cantora. Agora, a música continua sendo o hit do Calcinha Preta.

Confira os vencedores:
Ator – Tony Ramos
Atriz – Lilia Cabral
Novela – Caminho das Índias (Globo)
Música – Você Não Vale Nada, Mas Eu Gosto de Você
Cantor – Roberto Carlos
Cantora – Ivete Sangalo
Programa jornalístico – Profissão Repórter (Globo)
Humorístico – Pânico e CQC (empate)
Revelação – Mateus Solano
Banda – NX Zero e Skank (empate)
Programa infantil – Bom Dia & Cia (SBT)
Apresentador – Rodrigo Faro (Record)
Apresentadora – Eliana (SBT)
Telejornal – Jornal Nacional (Globo)
Programa de entrevista – Marília Gabriela Entrevista (GNT) e Altas Horas (Globo)

domingo, 28 de março de 2010

Melhores do ano

O melhores do ano da Rede Globo não chega a ser algo tão fiel, já que a emissora, ao contrário do Troféu Imprensa não admite concorrentes de outras emissoras. Ainda assim, o prêmio tem se firmado na televisão brasileira e hoje teve o resultado dos melhores de 2009. Dizem que a voz do povo é a voz de Deus, mas fico preocupada quando vejo coisas como "você não vale nada, mas eu gosto de você" ser escolhida como melhor música do ano. Nada contra o forró do Calcinha Preta, mas... Deixa pra lá.

Gostei da eleição de Adriana Birolli e Mateus Solano, como atriz e ator revelação. Além de Alinne Moraes e Dira Paes como melhor atriz e atriz coadjuvante. César Cielo também não tinha como perder o melhor esportista, após record e título mundial. O resto, não concordo muito, mas não deixo de reparar o fato de que um padre levou prêmio de melhor cantor.

Confira a lista:

Ator/Atriz mirim – Klara Castanho


Jornalista – William Bonner

Cantor – Padre Fábio de Melo

Comediante - Katiuscia Canoro

Ator Coadjuvante – Bruno Gagliasso

Grupo/Banda ou Dupla – Victor e Léo

Esportista - César Cielo

Atriz Revelação – Adriana Birolli

Cantora - Claudia Leitte

Ator Revelação – Mateus Solano

Atriz Coadjuvante – Dira Paes

Revelação Musical – Luan Santana

Atriz – Alinne Moraes

Ator – Eriberto Leão

Música do ano – “Você não vale nada” (Calcinha Preta)

quarta-feira, 17 de março de 2010

Qual o problema de Helena?

Goste ou não de Viver a vida, todos devem concordar com uma coisa, a Helena de Taís Araujo é a mais apagada das personagens símbolo de Manoel Carlos. Ouvi uma pessoa dizer que era porque ela não tinha defeito e por isso era chata. Discordo. Antes de mais nada é bom que fique claro: todas as Helenas de Manoel Carlos têm defeitos (Taís Araujo não é diferente) e todas são chatas, não há como não serem com todo aquele discurso moralista. O autor defende que elas erram por amor e por isso, é justificável. Ainda assim, são chatas. Aos que não se lembram, são elas:


Lílian Lemmertz em Baila Comigo (representada na foto pela filha Júlia Lemmertz)
Maitê Proença em Felicidade
Regina Duarte em História de Amor
Regina Duarte em Por Amor
Vera Fisher em Laços de Família
Christiane Torloni em Mulheres Apaixonadas
Regina Duarte em Páginas da Vida
E finalmente, Taís Araújo em Viver a Vida.

Voltando a Helena atual, a moça tem defeitos e muitos. Fez um aborto no passado para não perder um emprego. Mente e traí o marido. É moralista com a irmã (mulher de um traficante), mas age muitas vezes de forma menos ética. Ao mesmo tempo fica se culpando por um acidente com a enteada e é capaz de se humilhar ajoelhando-se na frente da mãe desta pedindo perdão. Preocupa-se com todos e faz de tudo para ajudá-los, mas isso é uma característica clássica de todas as Helenas. Então, porque esta Helena não está funcionando sendo quase uma figurante em sua própria novela?

Meu palpite mais claro é que ela não tem objetivo. Simplesmente sua existência não tem muito sentido. Qual é a grande questão que o espectador espera ser resolvida? A moça começou a novela como uma modelo famosa. Conheceu um homem mais velho, pai de sua rival nas passarelas. Casou-se rapdamente e teve uma lua de mel linda em Paris. Volta, o cara é machista e não quer que ela continue a carreira. Ela resolve largar a profissão, mas vai para um último desfile no exterior. Volta grávida e com a enteada tetraplégica. O marido a culpa, eles se separam, ela perde o bebê, os dois reatam, mas o casamento não é mais o mesmo. Ela já está interessada em um rapaz que conheceu na última viagem, mas, sabe-se lá por que, apesar de não conseguir mais uma boa relação com o marido, ela fica se infringindo um sofrimento que não tem sentido. Então, fica a pergunta: O que Helena quer, afinal? Qual o seu objetivo de vida? Qual a jornada que nossa heroína tem que percorrer e pela qual temos que torcer? Tudo em sua vida parece vazio, sem sentido. Como torcer e se identificar por alguém assim?

Por isso, Luciana ganhou tanto espaço. É muito mais fácil torcer e se emocionar por uma moça bonita presa a uma cadeira de rodas. Uma garota mimada que após o acidente teve que reaprender a viver e ainda conta com a ajuda de seu príncipe encantado, Miguel, para ajudá-la. A cena da declaração dos dois foi o ápice do clássico melodramático. A cena mais esperada da novela. Parece que Maneco não se tocou para esse pequeno detalhe ao construir sua Helena jovem. Se Luciana fosse a Helena, quem sabe...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O Blog de Luciana

Para quem ainda não conhece, o blog de Luciana, personagem de Viver a Vida, existe mesmo, confiram. É mais uma ação da Rede Globo para interação novela e internet, apesar de ainda tímida, já que uma coisa pouco interfere na outra, é sempre bom destacar essas novas possibilidades.  E o blog de Luciana ainda tem um atrativo a mais que é ser um espaço de desabafo e esperanças para pessoas que estão na mesma situação que a personagem.

Um comentário mesmo diz: "Olá Luciana! Sou de Portugal e tenho um filho de 9 anos, o João, com parelisia cerebral por ter nascido prematuro e emociono-me muito a ver sua recuperação. Os medicos também não me davam esperança de o João um dia vir andar e hoje ele já anda. Tem sido uma grande caminhada, mas tem valido apena, só assim conseguimos dar valor às coisas pequenas da vida. Seja feliz. Beijinhos. Sandra." Outro afirma: "Ola Luciana , você esta sendo estimulo por muitas pessoas, vejo muitos cadeirantes que estão se espelhando em você, eu sou artesã e vejo que a profissão e o modo de você ser não é o que importa e sim o que você carrega por dentro e ninguem ver se você não demonstrar. Continue sempre sendo esse amor de pessoa e exemplo de determinação.Beijinhos". Esses são apenas alguns exemplos, o blog está repleto deles.

Este lado do merchandising social das novelas de Manoel Carlos sempre foram um ponto positivo. Há quem não goste desse estilo de crônica cotidiana, mas é sempre válido.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Zé Mayer - Haja testosterona

Essa semana Zé Mayer atacou mais uma vez de garanhão sedutor em uma telenovela. É impressionante que por mais que tente mudar de rumo, interpretando papéis como o hippie de A Favorita, ele sempre volta para este lugar comum. Engraçado perceber também que o seu tipo físico não se assemelha em nada a de um galã padrão. Magro, sem grande atributos físicos, simples, com rosto comum. De onde vem tanta testosterona e sexy-apeall?

Zé Mayer começou na Rede Globo na novela Guerra dos Sexos, e nela já havia indícios de onde há fumaça, há fogo. Ele fazia Ulisses, um lutador de boxe, pacato, apaixonado pela vilã Carolinha (Lucélia Santos) e sem muitos atrativos. Até que no meio da novela, Ulisses se envolve com Vânia, personagem de Maria Zilda. O romance dos dois pegava fogo, com uma música latina caliente e muita sensualidade em cena. Pra completar, ele termina a novela com Luciene, uma moça simples da vila. Ou seja, em sua primeira novela, Zé Mayer já pegou três mulheres. Vem, então, personagens mais pacatos em Partido Alto, Selva de Pedra, A Gata Comeu e Hipertensão, até que em 88 ele faz Fernando Flores em Fera Radical, seu primeiro galã e protagonista.

Fernando era um homem correto, apaixonado por Marília (Carla Camurati), um fazendeiro sempre em seu cavalo e com seu chapéu. Sua sobrinha Ana(Cláudia Abreu) era apaixonada pelo tio sensual e, claro, ele se envolve com Cláudia, a protagonista vivida por Malu Mader que, a princípio, era quase sua inimiga. Com o sucesso, Zé Mayer pulou no ano seguinte para um papel de destaque na novela das oito, papel este que eternizou de vez sua fama de garanhão. Osnar da novela Tieta era conhecido por seus dotes sexuais e seu jeito com mulheres. O rei da casa da luz vermelha, não havia mulher que passasse impune em Santa do Agreste. Nem mesmo a própria Tieta.

A partir daí, o papel de galã garanhão não mais largou o ator. Tanto que virou chacota na internet com o Zé Mayer Facs. Ele teve diversos papéis no estilo e várias mulheres passaram por suas mãos. O personagem mais caricato nesse sentido foi Pedro Marcondes Mendes em Laços de Família, sua relação com a veterinária vivida por Helena Ranaldi era quase animal, sem falar da vilã Íris (Débora Secco), com quem ficou no final.

Zé Mayer já pegou a maioria das grande mulheres da televisão Vera Fisher, Christiane Torloni, Regina Duarte, Helena Ranaldi, Sílvia Pfeiffer, Adriana Esteves, Malu Mader, Carla Camurati, Maria Zilda, Lucélia Santos, Patrícia Pilar, Suzana Vieira, Natália do Vale, Danielle Winits , Bety Faria, Luiza Tomé, Taís Araujo e Giovana Antonelli só para citar parte da lista. Com tanto fôlego assim, não é de se admirar que tenha tanta piada com seu nome. Mas, que ele faz bem esse papel de cafajeste, até que faz. Não é mesmo?

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Nova novela da Globo terá temática espírita

Já começam as primeiras divulgações da próxima novela das seis que irá substituir Cama de Gato. Escrita por Elizabeth Jhin, a mesma de Eterna Magia, a novela tem o nome provisório de "Além da Vida" e terá uma temática espírita. Para viver a mocinha da história, está sendo escalada a atriz Nathália Dill, ela será a ex-namorada de um rapaz recém-falecido que irá atormentar o pai, vivido por Humberto Martins, para que este não fique com seu antigo amor. Algo por aí, pelo que pude ler... Sabe-se ainda, que a autora e seus colaboradores estão lendo as obras de André Luiz para se inspirar na trama e que a colônia de Nosso Lar e o Umbral já estão sendo construídos.

Parece interessante, apesar das dificuldades que Jhin teve na escrita de Eterna Magia, tenho boas expectativas com essa novela. Ao contrário do que muitos dizem por aí, está será apenas a segunda novela espírita da Rede Globo. É bom não confundir Espiritismo, a doutrinha codificada por Allan Kardec com Espiritualismo, uma coisa quase inerente ao homem que existe desde que o mundo é mundo. Não que seja algo errado, importante, ou o que seja, é apenas para não incentivar a crendice. Não é porque se fala em reencarnação que é Espírita. A reencarnação é uma teoria que sempre existiu, foi negada pela reforma do Cristianismo no Concílio de Nicéia, mas diversos povos crêem nela, como a maioria das religiões Orientais. É também estudo da ciência, vários pesquisadores possuem teses e estudos que buscam comprovar sua veracidade. Então, Alma Gêmea, por exemplo, não é uma novela Espírita. Ela inclusive tem em sua trama várias coisas que vão de contra a doutrina, como o próprio conceito de alma gêmea ou a resolução de algumas tramas.

O Espiritismo é uma doutrina que foi codificada por Allan Kardec, codinome de Hippolyte Léon Denizard Rivail, após estudar os fenômenos das mesas girantes na França. Consultando diversos médiuns, ele foi fazendo perguntas aos espíritos e comparando as respostas, nasceu assim o Livro dos Espíritos, que junto a quatro outras obras formam a base da doutrina espírita. É bom dizer que o Espiritismo não tem em Allan Kardec seu mentor, mestre ou algo parecido, então, esse negócio de kardecista também não é visto com bons olhos. É uma doutrina cristã, o Cristo e seus ensinamentos são o guia de qualquer espírita.

A única novela espírita até hoje na Rede Globo foi A Viagem, escrita por Ivani Ribeiro, que era adeptada da doutrina. A novela, um remake de outra de mesmo nome exibida na Rede Tupi, teve a orientação de Chico Xavier e é inspirada no livro E a vida continua, obra de André Luiz, psicografada pelo médium. Mesmo com todos esses cuidados, houve coisas na trama de 1994 que não eram totalmente fiéis a doutrina, como o hospital espiritual que mais parecia uma colônia de férias ou a forma como Alexandre, o espírito obsessor incorporava. Ainda assim, foi uma excelente obra, com enorme sucesso, já reprisada duas vezes no Vale a Pena Ver de Novo. Vamos ver o que Elizabeth Jhin nos reserva.

Imagem de Rodval Matias.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Túnel do Tempo: O sexo dos Anjos

Começam burburinhos na internet de que a novela O Sexo dos Anjos será a substituta de Alma Gêmea no Vale a Pena Ver de Novo. Como "gato escaldado tem medo de água fria" eu só acredito vendo. Mas, aproveito a oportunidade para lembrar essa novela que foi uma das mais marcantes em minha vida.

O Sexo dos Anjos foi uma novela de 1989. Estreou no dia 25 de setembro, terminando em 9 de março do ano seguinte. Das novelas de Ivani Ribeiro na Rede Globo foi a que teve menos Ibope e é a menos lembrada. Talvez por não ter nenhum grande nome no elenco. Digo grande, no sentido do primeiro time de atores, sempre elevados a protagonistas como uma Glória Pires, uma Christiane Torloni, Antonio Fagundes, etc.

A novela era protagonizada por Isabela Garcia e Felipe Camargo, provavelmente pelo sucesso da minissérie Anos Dourados, onde faziam o triangulo amoroso principal junto a Malu Mader. Um fato que comprova essa tese é que Malu e Taumaturgo Ferreira (outro personagem marcante da minissérie), estrelavam a novela Top Model, no horário das sete, na mesma época. A trama ainda tinha nomes como Bia Seidl (em seu melhor papel na Rede Globo), Mário Gomes, Marcos Frota, Sílvia Buarque e Heloísa Mafalda, em sua inesquecível Francisquinha.

A história era um remake, assim como a maioria das novelas de Ivani na Globo, de O Terceiro Pecado, novela da autora na TV Excelsior na década de 60. Nela, Isabela (Isabela Garcia), uma garota doce e delicada estava na hora de morrer e o anjo da morte (Bia Seidl), envia o seu emissário (Felipe Camargo) à terra para buscá-la. Acontece que o rapaz percebe que a moça é muito boa e "não merece morrer". Ele tenta, então, negociar com a morte para que ela seja poupada. Os dois fazem um acordo. Para comprovar a pureza e o mérito de não morrer, Isabela não pode cometer pecados. Se assim o fizer, no seu terceiro ato ela será levada.

Resumindo assim tudo parece meio surreal e esquisito. Mas, o texto de Ivani Ribeiro não deixava nada ficar aquém do envolvente e adorável. Claro que existem os clichês. O emissário vai à Terra se figindo de humano e passa a conviver com a garota, se apaixonando por ela. Aqui, vemos também outra marca da autora que sempre coloca seus pares românticos para brigarem antes de se apaixonarem. Isabela odiava Adriano, aos poucos seu espírito começa a se encontrar com ele em sonhos e depois ela percebe que o ama. Aliás, as cenas de sonhos são as mais lembradas pelos fãs da novela.

Não vou falar nem mostrar muito mais, porque se o milagre acontecer dela ser reprisada a partir de março, vai ser inédita para muita gente. Fico por aqui apenas vibrando e relembrando. Seria uma bela homenagem a uma grande escritora e, quem sabe, corrigiria um pecado do não sucesso na época.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Dalva e Herivelto - balanço final

Os cinco capítulos da minissérie de Maria Adelaide Amaral podem não ter sido primorosos, mas um dos produtos mais bem feitos dos útimos tempos. Melhor que Maysa, a minissérie abordou de forma concisa a briga pública dos dois artistas e resgatou a imagem de Dalva de Oliveira para gerações que nasceram após a sua morte. Eu mesma só conhecia Abajur Lilás e Bandeira Branca e me emocionei com passagens de sua vida.

Ao contrário do que li em algumas críticas, acho que Adriana Esteves defendeu muito bem o seu papel, a caracterização da cantora estava muito bem feita e, na maioria das vezes, a dublagem soava natural. Destaque para a apresentação de Bandeira Branca no Maracananzinho lotado. Já Fábio Assunção pode ter exagerado no tom do Herivelto. Não há como não odiar o personagem após tudo o que fez com Dalva, mas não há redenção do mesmo. Fica o gosto amargo.

O roteiro não é tão primoroso quanto pensei no primeiro capítulo. Na verdade, não há uma construção não-linear, apenas um paralelo entre início e fim. O recurso, ao contrário de ser inovador, acabou sendo caminho fácil, tornando por vezes, ilustrativo e repetitivo. Ainda assim, conseguiu contar bem a história. Foi muito interessante conhecer detalhes da disputa musical da época de Ouro do Rádio e a caracterização de época foi muito bem feita.

Foi, enfim, uma boa minissérie, confirmando que a Globo quer investir, cada vez mais, em produtos curtos. E a audiência ajudou a demonstrar que estão no caminho certo. A média foi de 29 pontos segundo o site NaTelinha. Gosto da ideia, prefiro assim do que aquelas minisséries longas de quase dois meses.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Viva Dalva e Herivelto


Tenho que pedir desculpas a quem ler o EntreBreaks, mas conforme já falei, ando meio descuidada do espaço por falta de opções na televisão que me animem. A partir de março de 2010, devo me dedicar mais ao blog, principalmente com as obras de Gilberto Braga, meu objeto de estudo no mestrado que irá se iniciar. De qualquer forma, sempre que surge algo interessante estou por aqui. Hoje falo da estreia da minissérie Dalva e Herivelto, de Maria Adelaide Amaral que segundo o site Plenário, foi "muito bem obrigado" em termos de audiência. Uma média de 28 pontos, o que é um bálsamo para a emissora que tem amargado baixas audiências em obras desse gênero. O horário pode ter facilitado, afinal, o pior das minisséries é ter que esperar toda a programação noturna para assistir.

A minissérie começou logo após a novela Viver a Vida e me surpreendeu pela linguagem ágil. Boa produção, já é esperado de uma obra da Rede Globo, assim como a caracterização da época. Fábio Assunção e Adriana Esteves estão muito bem nos papéis títulos, dando veracidade mesmo nas cenas de dublagem. Mas, a surpresa ficou pelo texto de Maria Adelaide Amaral. Com exceção de Queridos Amigos, suas minisséries sempre foram longas e arrastadas, quase uma micronovela. Cinco capítulos pincelados da vida do casal com uma linguagem não-linear não era realmente o que eu esperaria. Mas, gostei. Já deu para conhecer um pouco da trajetória sofrida de Dalva, do caráter de Herivelto, além de sentir o clima dos anos dourados do rádio.

O primeiro capítulo começou muito bem, com o suspense em torno de Dalva já idosa, de costas, ouvindo sua música em uma "vitrola", e logo em seguida a ligação e o desmaio. Os saltos aleatórios no tempo são interessantes e bastante funcionais. A estrela do samba-canção, com toda dor de cotovelo que lhe é peculiar merecia ter a sua história narrada, após o sucesso da minissérie Maysa. Agora é aguardar que os quatro capítulos restantes sejam tão bem feitos quanto o primeiro.