segunda-feira, 19 de abril de 2010

Escrito nas estrelas

Está escrito nas estrelas que temática espiritual dá Ibope. Pensando nisso, a nova novela das seis foi mais do que encomendada pela Rede Globo. A escritora Elizabeth Jhin, então, teve que estudar o espiritismo para criar sua nova trama e após uma semana, a novela apresenta bons índices, uma média de 25 pontos, mantendo o de sua antecessora, Cama de Gato. O que é visto como bom pelos executivos da emissora.

Com o início das interferências espirituais, essa média tende a crescer. Mas, não é só disso que se sustenta a novela. Na verdade, a autora de Eterna Magia pegou o gancho em outro tema polêmico: inseminação artificial e problemas éticos ligado à ciência genética. Um morto pode se tornar pai? E mais, uma criança pode ser gerada exclusivamente pela vontade de seu avô biológico que quer ter "seu filho de volta?"

Tudo é muito questionável, polêmico e por isso, gera burburinho. O que é sempre bom para uma telenovela. Particularmente, eu não gostei tanto desse mote, mas fiquei satisfeita com a primeira semana apresentada. A história foi se desenvolvendo bem, com alguns pequenos percalços, mas que na média fazem a gente querer continuar acompanhando a trama.

O primeiro capítulo foi forçado em vários aspectos. A forma como Viviane vai parar no hospital, o primeiro embate dela com Daniel, a forma como ela foi incriminada pelo assalto do pai, a carona no carro do moço, o pacto e o acidente. Parece mesmo escrito nas estrelas, não deu tempo nem da gente respirar. E dá para entender que tem alguma coisa de outras vidas, mas, uma viagem já foi o suficiente para o rapaz passar sua existência espiritual cuidando da moça? Pela doutrina há várias questões aí, principalmente a rapidez com que ele se recuperou e já está perambulando pelo planeta: um mês. Mas, não posso dizer que seja impossível, já que era um rapaz de bom coração e teve o resgate imediato. Resta saber como será a condução do outro lado.

Quanto aos que ficam encarnados. A velha trama de mocinha chantageada pelo golpista e duas vilãs inescrupulosas no seu encalço. Aliás, a criatividade foi tanta que a música tema de Beatriz é a mesma de várias outras peruas de novela. Mas, faz parte do gênero, ainda mais no horário em que se encontra. Outra coisa que chama a atenção pela falta de criatividade é a abertura, simplista e sem muito sentido com o tema. Mas, há coisas boas. O núcleo da médium trambiqueira também é bem construído, mas espero que mediunidade e religião não se resumam a isso. Quem sabe agora temos um centro espírita em uma novela? A favela foi bem representada e interessante a questão do temporal e alagamento tão próximos ao desastre no Rio de Janeiro. Ponto positivo para a produção. Continuando nesse ritmo, Escrito nas Estrelas vai uma daquelas tramas boas de se acompanhar. Tomara.