terça-feira, 15 de setembro de 2009

Manoel Carlos, Helena e o Leblon...

E ontem começou tudo de novo, mais um ciclo de Manoel Carlos e suas novelas cotidianas, com uma Helena protagonista, José Mayer de galã e o Leblon de cenário. No geral, gosto das tramas do autor como um passatempo sem compromissos. Não são grandes obras que marcaram minha vida, mas todas são boas de ver.

A grande característica de Manoel Carlos é a narrativa lenta, cotidiana, quase didática. Alguns adoram, eu acho cansativa. Em Viver a Vida, ele irá abordar um pouco o mundo da moda, pessoas com dificuldades de locomoção e os mesmo dramas familiares de sempre no bairro do Leblon.

Gostei da escalação de Thais Araújo como Helena, a atriz já demonstrou talento e vem galgando espaço cada vez maior na televisão. Agora uma coisa que não aguento mais é José Mayer no papel do galã pegador. O ator, que já fez personagens memoráveis em Guerra dos Sexos, Fera Radical e Tieta, ficou preso ao mesmo personagem, sempre envolvido com uma Helena. Aliás, as Helenas estão sempre envolvidas com Zé Mayer ou Tony Ramos, mesmo Lilian Lemmertz em 1981, era mãe do segundo. Só a Helena de Regina Duarte em Por Amor que não era par romântico de um dos dois atores. Nessa novela, o amor de Helena era Antonio Fagundes que não se deu bem com o autor.

Segundo o ator, "os homens de Manoel Carlos são bananas dominados por mulheres". Na verdade, é um outro tipo de homem, que sabe conviver com mulheres fortes, independentes e decididas, perfil de todas as Helenas do autor.



A abertura traz mais uma música da bossa nova (Sei lá, com Miucha e Tom Jobim), mas a resolução gráfica foi simples demais, decepcionante. O primeiro capítulo, no entanto, foi movimentado, com ritmo maior que o normal em uma novela do autor. Gostei do embate Thaís x Aline, assim como as cenas de Lília Cabral, sempre ótima em todos os papéis. Resta aguardar para ver o que vem por aí.

Assim como Páginas da Vida, o capítulo acaba com um depoimento real. Acho a idéia válida e interessante, uma forma de merchandising social, junção de ficção com realidade. Só tem que tomar cuidado para não cometer gafes como a pobre doméstica que sonhou com Roberto Carlos e perdeu o emprego.

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