sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Da televisão para o Cinema, haja problemas

O anúncio do elenco  para o filme Roque Santeiro, baseado na peça e na novela de Dias Gomes, já começou a criar controvérsias. Filme e televisão são dois meios diferentes, mas o cinema brasileiro desde sua retomada vem sendo acusado pela crítica de fazer televisão para tela grande. Fico me perguntando se transpor histórias de novelas famosas não seria um caminho errôneo para o nosso cinema?


Roque Santeiro é até hoje a novela de maior audiência de todos os tempos da televisão brasileira, conseguiu 100 pontos no último capítulo e uma média geral de 75 pontos. Com a atual concorrência é quase impossível atingir esta marca. Está certo que a história é baseada na peça O berço do herói, de Dias Gomes, mas por mais que o filme seja bem feito a comparação sempre será inevitável.

Assim foi com o filme Tieta de Cacá Diegues, onde foi estranho ver, por exemplo, a excelente Marília Pera como Perpétua. Por melhor que fosse, no imaginário popular sempre estará Joana Fomm na pele da grande vilã. E provavelmente ocorrerá com o Dirceu Borboleta de Mateus Nachtergaele no filme O Bem Amado, já que a interpretação de Emiliano Queiroz ainda é lembrada com saudades.

Assim, é com pouca expectativa que leio a notícia do filme, apesar de gostar muito de Lázaro Ramos e ter certeza de que ele fará um bom Roque, sempre terei em mente Zé Wilker, como o falso santo. Os outros dois protagonistas ainda mais. Sinhozinho Malta e Viúva Porcina foram imortalizados por Lima e Regina Duarte. Como aceitar vê-los interpretados por Antonio Fagundes e Fernanda Torres?

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