quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Lídia Brondi

Há exatos 49 anos nascia Lídia Brondi Resende, a nossa Greta Garbo, que no auge da fama, abandonou a carreira, tornando-se um verdadeiro mito da teledramaturgia brasileira. Fãs lembram da atriz com carinho até hoje, basta observar as diversas comunidades no orkut, ou vídeos no youtube. Sua última novela foi Meu Bem, Meu Mal, onde fazia a suburbana Fernanda Castro.

Lídia começou a carreira em 1975, em um especial da Educativa, indo para Rede Globo em 1978, na novela O Grito. Seu primeiro papel de destaque foi em Dancin´Days como a Verinha. Lídia Brondi virou simbolo sexual, tendo posado duas vezes na Playboy e feito filmes como Beijo no Asfalto e Perdoa-me por me traíres.

Em 1985 ela atua em Roque Santeiro, como a filha do Sinhozinho Malta, Tânia, uma menina de personalidade forte que se apaixona pelo padre Albano. O casal não fica junto no final, mas rendeu boas cenas juntos. Mas seu papel inesquecível é mesmo a Solange Duprat de Vale Tudo. A jornalista batalhadora, ética, bem resolvida e indepentende conquistou homens e mulheres que se espelhavam na personagem já que as protagonistas eram extremos muitos distantes. Enquanto Raquel era o poço de honestidade chegando a ficar chata, Maria de Fátima era a vilã trambiqueira. A classe de Simone fez com que o público se identificasse e gostasse dela, tornando personagem e atriz inesquecíveis.

Lídia ainda atuou como Leonora em Tieta, a prostituta que se finge enteada da protagonista e se apaixona pelo prefeito certinho, Ascânio. E como a batalhadora Fernanda de Meu Bem, Meu Mal. Após a novela, a atriz não quis mais saber da vida artística, estudando psicologia e vivendo totalmente longe das câmeras. Continua, no entanto, casada com o ator Cássio Gabus Mendes com quem contracenou em Vale Tudo (o Afonso) e em Meu Bem Meu Mal (o Doca, falso Eduardo Costa Brava).



Atuações na televisão:
* 1975 - O Grito .... Estela
* 1975 - Márcia e Seus Problemas (TV Educativa)
* 1976 - O Feijão e o Sonho .... Irene Campos Lara
* 1977 - Espelho Mágico .... Beatriz
* 1977 - À Sombra dos Laranjais .... Lúcia Alvarez
* 1978 - Dancin' Days .... Vera Lúcia
* 1978 - Ciranda cirandinha ....
* 1979 - Os Gigantes .... Renata
* 1981 - Baila Comigo .... Mira Maia (Semíramis)
* 1982 - Final Feliz .... Suzy Brandão
* 1982 - O Homem Proibido .... Joyce
* 1984 - Transas e Caretas .... Luciana
* 1985 - Roque Santeiro .... Tânia Magalhães Malta
* 1987 - Corpo Santo .... Bárbara Diniz
* 1988 - Vale Tudo .... Solange Duprat
* 1989 - Tieta... Eleonora
* 1990 - Meu Bem, Meu Mal .... Fernanda Castro

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Fernanda Montenegro chega aos 80 anos

Em plena forma, assim chega aos 80 anos a atriz Fernanda Montenegro, grande dama do teatro, televisão e cinema nacional. De um tempo para cá, Fernanda tornou-se uma espécie de marca de sucesso, talismã do cinema após sua indicação ao Oscar de melhor atriz em 1999. Como ela mesma definiu: "O que estou fazendo no meio dessas loiras todas?"
Fernanda Montenegro, na verdade Arlete da Silva, iniciou sua carreira em 1950 no teatro, mas logo começou a fazer televisão em paralelo, na antiga TV Tupi, sendo a primeira atriz contratada pela emissora. Lá participou do antigo Teatro Tupi e diversos programas teledramaturgicos, fazendo novelas pela primeira vez na TV Rio em 1963, e no ano seguinte, estreou no cinema em um filme de Nelson Rodrigues. Ainda em 1952 ganhou o prêmio revelação pela Associação Brasileira de Críticos Teatrais.

Descrever todos os papéis e trabalhos dessa atriz daria milhares de posts. Tentarei destacar alguns mais importantes na televisão, objeto principal desse blog. Não posso deixar de falar do marco teledramaturgico Guerra dos Sexos, onde ao lado de Paulo Autran protagonizou cenas hilárias, inteligentes e repleta de referências teatrais e cinematográficas, como a cena de A Dama das Camélias, quando Charlô fica doente, ou na festa a fantasia na mansão em que diversos personagens do cinema são homenageados. Três anos depois, outra grande novela de Sílvio de Abreu, Cambalacho, onde fazia um dupla de trambiqueiros com Gianfrancesco Guarnieri, protagonizando cenas inesquecíveis.

Fernanda Montenegro é igual a vinho, melhora a cada ano e é um das poucas atrizes que com sua idade consegue manter respeito, a ponto de continuar protagonizando telenovelas, espaço dedicado, cada vez mais, a novas atrizes. Assim, foram feitas novelas sob medida para ela como Zazá ou As Filhas da Mãe, onde Sílvio de Abreu brincou com sua indicação ao Oscar fazendo uma personagem que tinha ganho 8 oscars como diretora de arte. Veio ainda a vilã Bia Falcão, grande destaque da novela Belíssima, que teve um final feliz polêmico em Paris com Cauã Reymond. Agora a atriz já está escalada para "Passione", título provisório da próxima novela de Sílvio de Abreu.

No cinema, além de Central do Brasil, seu grande destaque foi Eles não usam black-tie, também com Gianfrancesco. Além de A hora da estrela (do livro de Clarice Lispector) e O Auto da Compadecida, onde fazia a própria Nossa Senhora.

Recentemente ficou viúva do ator Fernando Torres, com quem teve dois filhos. A também atriz Fernanda Torres e o diretor Cláudio Torres, sócio da conspiração filmes que já a dirigiu em Redentor. Em homenagem ao seu aniversário será lançado ainda esse mês o livro Fernanda Montenegro – A Defesa do Mistério pela jornalista e crítica de cinema Neusa Barbosa. Vida longa a essa grande dama.

Para finalizar, duas ótimas cenas de Guerra dos Sexos, para ver que a novela não é apenas a antológica cena da torta na cara.

Uma dramática:


E uma cômica:

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Rede Record esquece a teledramaturgia?

Após investir tanto em um núcleo de teledramaturgia, a Rede Record parece que está perdendo o interesse no formato. Primeiro deixou Thiago Santiago migrar para o SBT, depois escolheu fazer um remake de uma novela colombiana, agora, mal acabou a primeira edição e eles já estão preparando A Fazenda 2. Com uma vinheta ousada, utilizando o bonequinho do BBB, eles já anunciam a atração, investindo tempo e dinheiro no formato do retorno fácil.

As vinhetas são até engraçadinhas, mas dá uma certa inquietação em ver que o programa mal respira e já está de volta.



Atualmente, Poder Parelo é a telenovela mais inteligente no ar. Longe da mesmice que envolve a Rede Globo desde o início dos anos 90. Uma trama instigante, muito bem escrita por Lauro Cesar Muniz e com um elenco muito bom. Mas a audiência não chega perto dos antigos Mutantes de Thiago Santiago, nem da primeira edição do reality show. Uma pena, já que a concorrência é sempre saudável em qualquer meio.

Essa é a outra vinheta da Fazenda 2. Aqui o bonequinho do BBB, apanha feio. Vale dar uma "espiadinha".

sábado, 10 de outubro de 2009

A dança das cadeiras em Cinquentinha

Parece brincadeira, Cinquentinha nem começou, mas já vem gerando muita polêmica na mídia. Tudo por causa da Leonor Berganti, a condessa falida, escrita originalmente para Renata Sorrah. A atriz já tinha assumido um compromisso em um filme e recusou o papel. A personagem seria, então, interpretada por Marília Pêra, que já tinha participado das gravações de 17 capítulos quando resolveu sair da minissérie. Na imprensa dizem que foi porque achou o papel pequeno. Em seu blog, Aguinaldo Silva diz que foi por imprevistos pessoais. A Globo chamou, então, Bety Lago e pouco depois é anunciada a nova troca para Maria Padilha.

Uma surpresa, já que a atriz sempre ficou em segundo plano na Globo, mas uma ótima notícia, uma oportunidade desta mostrar o seu talento. Mesmo não sendo a protagonista, é uma personagem de destaque. Maria Padilha começou na televisão na novela Água Viva de Gilberto Braga, autor com quem trabalhou também em O Dono do Mundo, Anos Rebeldes, Labirinto e Paraíso Tropical, nesta última uma participação quase apagada como uma reporter intrometida. Seu papel de maior destaque foi mesmo a Hilda de Mulheres Apaixonadas (Manoel Carlos), personagem que vivia o drama do câncer de mama.

Em seu blog, Aguinaldo Silva revela: "Sempre quis trabalhar com Maria Padilha, mulher classudérrima e atriz refinada, mas nunca tive chance. Morria de inveja de vê-la a brilhar nas novelas do Gebê – Gilberto Braga para os íntimos -, pois percebia que ela era uma das raras atriz brasileiras que sabiam como descer uma escadaria".

Só espera-se que a dança das cadeiras termine por aqui e a minissérie seja tão boa quanto suas polêmicas. Se depender da briga de egos, ela estará sempre na mídia.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Brasil no Emmy Internacional

Glória Perez comemorou em seu blog, outros artistas foram ouvidos pela Ego, o fato é que a Rede Globo conseguiu indicar cinco atrações para a premiação que ocorre dia 23 de novembro em Nova York. Não é a primeira vez que o Brasil participa, Paraíso Tropical concorreu no ano passado, mas acabou derrotado. Ser reconhecido em um prêmio desse porte é bom para emissora, mas até que ponto influi em algo para os telespectadores?

Em tempos de comemoração de Olimpíadas, o país está com o ego inflado, mas ter um Emmy ou um Oscar não é mesmo sinal de qualidade. A Rede Globo há muito tempo não tem o mesmo brilho de antes, suas tramas se arrastam, sem grandes empolgações, vide a novela das oito, Viver a Vida. É ainda uma grande influência, claro. Mesmo reclamando, muita gente assiste. Mas, provavelmente não conseguirá parar o país como em 88 para discutir o assassinato de Odete Roitman, ou em 84, quando o último capítulo de Roque Santeiro deu 100% de audiência, o mesmo que ocorreu em Selva de Pedra, no capítulo em que Simone era desmascarada.

A concorrência cresceu, a Globo se encolheu e desde meados de 90 vem colocando na tela mais do mesmo. Poucas são as tramas que se destacam e quase nenhuma traz alguma inovação ao gênero. No tempo em que os telespectadores estão cada vez mais consumindo séries americanas via internet, não é de se estranhar que poucos tenham paciência de esperar na frente da televisão para ver cada capítulo que traz sempre uma sensação de dèja vú. Ainda assim, é um entretenimento fácil.

Hoje mais uma estreia movimenta a emissora: Cama de Gato, da estreante Telma Guedes. Vamos torcer que traga novo gás ao horário, após mais um remake de sucesso, porém, repetitivo, de Benedito Ruy Barbosa.

Os indicados ao Emmy Internacional:
Caminho das Índias - Novelas
Maysa - Minisséries
Ó Paí Ó - Humor
Natal do Pequeno Imperador - Infantil
Mamonas Assassinas de "Por Toda Minha Vida" - Artes

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Sonho Olímpico, mas com o pé no chão.



Quem não se emociona ao ver um vídeo como esse? Fernando Meirelles colocou o coração do brasileiro em imagens e comoveu o comitê olímpico. Somos finalmente sede de uma olimpíada. O Brasil conseguiu provar que vem crescendo economicamente e que tem projetos concretos para sediar os jogos de maneira digna. Que bom! Se o comitê, sempre tão rígido, acreditou, é porque devemos ter mesmo, ou pelo menos, temos por onde conseguir. Só não podemos esquecer do principal.

Hoje não se fala de outra coisa na televisão, na internet e, claro, no twitter. Dois bordões surgiram e um chegou ao topo. Parodiando o lema de Barack Obama em sua campanha presidencial, os brasileiros twitaram "yes we créu". Conseguiu passar até o tradicional Follow Friday. É o resultado da euforia, da brincadeira. Mas, agora é trabalhar, que a coisa é séria. É preciso muito para chegar ao resultado que o vídeo demonstra.



Mais do que isso, é preciso uma conscientização da importância do investimento no esporte. Não simplesmente o lobby, os ginásios, a mobilidade e estrutura da cidade sede. É preciso pensar no principal foco dos jogos olímpicos. Os atletas. Nossos heróis que lutam a cada dia para poder treinar, sem condições financeiras para se alimentar adequadamente, sem estrutura de treinos, dos clubes falidos que não pagam salários a esportistas do porte de um Diego Hypolito. É preciso muito mais do que um "yes we créu". É preciso um planejamento sério da restruturação da política esportiva do país.

É comprovado que o esporte é um elemento fundamental para o desenvolvimento dos jovens. É uma alternativa à criminalidade, ensina disciplina, disputa saudável e como vencer na vida. São inúmeros os exemplos de recuperação através do esporte. Países desenvolvidos valorizam o atleta. Nos Estados Unidos, um aluno que se destaca em algum esporte tem vaga garantida nas melhores universidades. Então, a esperança é que o espírito olímpico contagie o país, não apenas para o oba oba momentâneo, mas para certeza de que os jogos se fazem de bons atletas em todas as modalidades, não apenas na eterna paixão nacional da pátria de chuteiras. E viva aos deuses do Olympo.

Da televisão para o Cinema, haja problemas

O anúncio do elenco  para o filme Roque Santeiro, baseado na peça e na novela de Dias Gomes, já começou a criar controvérsias. Filme e televisão são dois meios diferentes, mas o cinema brasileiro desde sua retomada vem sendo acusado pela crítica de fazer televisão para tela grande. Fico me perguntando se transpor histórias de novelas famosas não seria um caminho errôneo para o nosso cinema?


Roque Santeiro é até hoje a novela de maior audiência de todos os tempos da televisão brasileira, conseguiu 100 pontos no último capítulo e uma média geral de 75 pontos. Com a atual concorrência é quase impossível atingir esta marca. Está certo que a história é baseada na peça O berço do herói, de Dias Gomes, mas por mais que o filme seja bem feito a comparação sempre será inevitável.

Assim foi com o filme Tieta de Cacá Diegues, onde foi estranho ver, por exemplo, a excelente Marília Pera como Perpétua. Por melhor que fosse, no imaginário popular sempre estará Joana Fomm na pele da grande vilã. E provavelmente ocorrerá com o Dirceu Borboleta de Mateus Nachtergaele no filme O Bem Amado, já que a interpretação de Emiliano Queiroz ainda é lembrada com saudades.

Assim, é com pouca expectativa que leio a notícia do filme, apesar de gostar muito de Lázaro Ramos e ter certeza de que ele fará um bom Roque, sempre terei em mente Zé Wilker, como o falso santo. Os outros dois protagonistas ainda mais. Sinhozinho Malta e Viúva Porcina foram imortalizados por Lima e Regina Duarte. Como aceitar vê-los interpretados por Antonio Fagundes e Fernanda Torres?