sábado, 17 de janeiro de 2009

De rejeitada à favorita



A novela A Favorita começou com o pior Ibope da história das novelas da Rede Globo, preocupando a cúpula que investiu suas fichas no estreante do horário: João Emanuel Carneiro. Roteirista do aclamado filme Central do Brasil, Carneiro conseguiu prestígio na Rede Globo com dois sucessos no horário das sete: Da Cor do Pecado e Cobras&Lagartos. Tudo indicava que sua primeira novela no horário nobre seria um sucesso, porém, a Globo não contava com uma pequena jogada estratégica da concorrente. A Rede Record exibiu no dia da estréia de A Favorita o último capítulo de Caminhos do Coração, sucesso inexplicável de Thiago Santiago. Como se isso não bastasse, a novela não teve exatamente um final. Inovando no formato, o autor criou uma continuação de sua trama, com o nome Os Mutantes, e a novela estreou no dia seguinte, sendo uma concorrente forte para a obra de João Emanuel Carneiro.

Passado o susto, Carneiro conseguiu sua reviravolta com o trunfo que trazia na manga. A história de Flora e Donatela não era mais um folhetim comum de vilã e mocinha clássicas. No capítulo 56, o público assistiu assustado a revelação de que estava sendo enganado pela excelente interpretação de boa moça de Patrícia Pilar. Alguns se revoltaram e sentiram-se enganados, mas a grande maioria do público gostou da reviravolta e a novela não apenas começou a crescer em audiência, como caiu na boca do povo, chegando aos dois últimos meses de exibição com picos de audiência e tornando Flora a vilã mais marcante da história da teledramaturgia.

Sem um mistério, já que o clímax da história foi atingido no capítulo da quarta-feira (14/04/09), o último capítulo não chegou a decepcionar, porém foi bem aquém do esperado. Na quarta, Donatela consegue realizar seu plano para fazer a vilã confessar todos os crimes. Aquele foi o auge, nada mais era esperado. Nem mesmo a tentativa de suspense com Flora disfarçada no casamento conseguiu manter a adrenalina dos capítulos anteriores.

Flora confessa seus crimes:


Mesmo assim, a novela cumpriu o seu papel e manteve a hegemonia da Globo, além de preparar o terreno para Caminho das Índias, trama de Glória Perez que vem com um déjà vu de seu maior sucesso no horário: O Clone. Ponto para o autor que se consagrou e para as atrizes que mostraram uma faceta nova. Tanto Patrícia Pilar, quanto Cláudia Raia se superaram ao transformar as ambíguas personagens iniciais em vilã e mocinha não convencionais, mas com objetivos claros que cativaram o público e marcaram o seu nome na história da teledramaturgia.

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