segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Manoel Carlos e o retrato do cotidiano

Viver a vida Quando uma novela de Manoel Carlos entra no ar, o público já sabe o que esperar. O próprio autor admitiu que se repete e que conta a mesma história há anos. Temos sempre uma Helena, que é forte, batalhadora, justa e está a procura de um amor. Ela tem um ex-amor que está rondando e um novo amor, que surge como uma luva, respeitando sua liberdade e capacidade de brilhar. A história está sempre nas intermediações do Leblon, tem sempre um merchandising social forte e um ritmo lento, o dia a dia na tela.

Acontece, que mesmo tendo tudo isso, Viver a Vida parece trazer algo mais. Há aqui, uma tentativa de inovação, cenas de tiro, mundo da moda, uma edição mais rápida. Talvez vocês possam enumerar alguns exemplos anteriores onde isso acontece, mas é uma sensação, há algo diferente no ar. Tomara que minha sensação esteja certa, afinal ninguém aguenta ver a mesma coisa sempre. viver a vida

A ousadia do autor chegou a um ponto no gancho de sábado que me surpreendeu. Primeiro, é preciso explicar outra coisa. As novelas de Manoel Carlos são as que mais tem spoilers na mídia. Meses antes da estreia ele já está dando entrevistas contando detalhes das tramas. Foi assim, que em Páginas da Vida esperamos por toda a novela para assistir o embate entre Helena e Olívia pela guarda da pequena Clarinha. A situação só se desenrolou nas últimas semanas, mas foi anunciada muito antes do início da trama. Assim, 99% da população já sabe que a personagem de Aline Moraes vai sofrer um acidente e ficar paraplégica. O que não se sabe é quando isso ocorrerá. A surpresa foi, então, o capítulo de sábado terminar com o tal acidente. Já? Pensei. Mas, ainda vem aniversário por aí, algo não está se encaixando.

viver a vidaO capítulo de segunda-feira acabou com o suspense. Era apenas um falso gancho. Um sonho, ou melhor pesadelo, da personagem. Manoel Carlos enganou o telespectador para que ele voltasse e conferisse no dia seguinte... Um avanço para ele que sempre foi politicamente correto. Ele não é o primeiro e com certeza não será o último. Glória Perez conta que uma vez em Carmem (novela da Manchete) ela não sabia como terminar um capítulo e fez um personagem disparar os seis tiros de um revolver em outro, a menos de um metro de distância. No capítulo seguinte, o personagem tinha errado os seis tiros. Absurdo, ela mesma admite, mas foi como pode resolver o gancho. Aguinaldo Silva também declarou que em um capítulo de Tieta ele se precipitou e fez o capítulo de sábado terminar com Perpétua flagrando Cardo na cama de Tieta. Pensou o fim de semana inteiro e continuou o capítulo seguinte com a personagem fingindo que ficou cega para não assumir que viu o flagra. Ou seja, na guerra pela audiência, vale tudo.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Diferença de idade entre casais

Assim como Helena e Marcos de Viver a Vida, muitos casais da ficção já tiveram uma grande diferença de idade. Em Caminho das Índias mesmo, havia o Dr. Castanho (Stênio Garcia) e Suellen (Juliana Alves). Na novela das seis, Paraíso, o viúvo Nono (José Augusto Branco) e Zuleika (Cristiana Oliveira) também formam um casal diferente. Em Poder Paralelo, tem Lourdes (Manoelita Lustosa) e Wagner (Lúcio Fernandes). Ou seja, na vida real, ou na ficção, o que vale mesmo é o amor. Por isso, relembro aqui alguns casais marcantes com grandes diferenças de idade.

Renascer (Globo, 1993): Zé Inocêncio (Antônio Fagundes) e Mariana (Adriana Esteves). Apesar da diferença de idade, o coronelzinho consegue conquistar a moça por quem seu filho, João Pedro era apaixonado. O casal, foi bastante polêmico, na época, gerando severas críticas para a atriz, que superou tudo e hoje demonstra seu talento principalmente em papéis de humor.

Belíssima (Globo, 2005): a vilã Bia Falcão (Fernanda Montenegro) termina a novela em Paris com Mateus (Cauã Reymond), que tem idade para ser seu neto. Um escândalo.

Mulheres Apaixonadas (Globo, 2003): a professora Raquel (Helena Ranaldi) e o aluno Fred (Pedro Furtado), vivem um amor proibido que acaba em tragédia, por causa do ex-marido ciumento, mas a personagem termina a novela grávida do rapaz.



Paraíso Tropical (Globo, 2007): Lucas (Rodrigo Veronese) e Ana Luísa (Renée de Vielmond) enfrentam tudo e todos, sendo felizes em Boston, com um garotinho adotado.

Sassaricando (Globo, 1987): Tadeu(Roberto Battaglin) e Penélope (Eva Wilma) se apaixonam, apesar do rapaz ser sócio e melhor amigo do filho dela, Beto (Marcos Frota), o romance proibido é descoberto e quase acaba em tragédia, mas no final, fica tudo bem.

Guerra dos Sexos (Globo, 1983): Nando (Mário Gomes) e Roberta (Glória Menezes). Apesar do casal que o público torcia ser Nando e Juliana (Maitê Proença), Roberta conquistou Nando com seu carinho e respeito, terminando a novela juntos, apesar da diferença de idade.



Terra Nostra (Globo, 1999): Paola (Maria Fernanda Cândido) conquistou Francesco (Raul Cortez) com sua macarronada. O casal marcou a novela pela delicadeza de suas cenas.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O Adeus a Dirce Migliaccio e Andrea Matarolli

A terça-feira, dia 22 de setembro de 2009, foi marcada por duas perdas para televisão brasileira. Morreu de complicações de uma pneumonia a atriz Dirce Migliaccio e de câncer a autora Andrea Matarolli.

Dirce MigliaccioDirce Migliaccio ficou conhecida do grande público ao dar vida a uma das irmãs Cajazeiras na novela O Bem Amado (Judicéia) e logo depois à boneca Emília do Sítio do Pica Pau Amarelo (versão de 1977), mas foi no teatro que começou sua carreira, ao lado do irmão e também ator, Flávio Migliaccio. Participou ainda de grandes novelas, como A Gata Comeu e filmes como O Assalto ao Trem Pagador e Bufo & Spallanzani. Seu último trabalho foi no filme “Xuxa em sonho de menina” (2007). Dirce nos deixa grandes personagens e um exemplo de profissional. Fica a saudade.



Andrea MatarolliAndrea Matarolli participou da oficina de autores da Rede Globo e logo começou a trabalhar na emissora, com um projeto próprio: escrever uma novela diária para adolescentes que não tivesse um final definido. Estava criada, em 1994, a soap opera Malhação. Em menos de um ano, em abril de 1995, "Malhação" estreou e continua sendo exibida até hoje, quase 13 anos depois. Além de escrever por alguns anos para novelinha, fez parte também da equipe de roteiristas de programas como "Escolinha do Professor Raimundo", "A Turma do Didi" e "Zorra Total". Em 2008, ela estreou sua primeira novela: Beleza Pura, sob a supervisão de Sílvio de Abreu. A doença, no entanto, interrompeu uma carreira que poderia ser brilhante. Uma pena. Fica o nosso pesar.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Eva Todor

Muitos nem repararam, outros estranharam, mas a personagem Dona Cidinha de Caminho das Índias simplesmente sumiu no final da novela. Nem uma explicação foi dada para a ausência da personagem no casamento de Tarso, por exemplo, ou na festa na clínica em que trabalhava. Foi como se ela nunca tivesse existido.

A verdade é que a atriz Eva Todor teve que passar por uma cirurgia às pressas, devido a uma hérnia diafragmática. A atriz já vinha apresentando perturbações digestivas e deu entrada no hospital no dia 27 de agosto. Na última sexta-feira, felizmente, ela saiu da unidade semi-intensiva, mas permanece em um quarto na Casa de Saúde São José, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Uma pena, a atriz que já fez mais de vinte novelas, merecia um destaque maior da mídia ou, pelo menos, na novela em que estava participando. Eva começou na Globo na novela Locomotiva, como Kiki Blanche seu maior destaque até hoje na televisão. Outros papéis interessantes foram a Morgana de Top Model e a Loló de Hilda Furacão.



Vamos torcer para que a atriz se recupere e ainda possa nos brindar com bons papéis na televisão, teatro ou cinema.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Ze Mayer Facts

A nova onda do twitter é brincar com o eterno personagem galã garanhão de José Mayer... É o #zemayerfacts que procura listar pérolas como: "Maria só era virgem porque José não era Mayer", "O Criança Esperança é uma ação da Globo para ajudar Zé Mayer a pagar pensão alimentícia dos filhos", "No grande dilúvio, Noé colocou na arca uma fêmea de cada espécie e o Zé Mayer" e "Para o Zé Mayer, Amélia não é mulher de verdade, e sim Helena!".

O fato é que virou moda e não deixa de ser verdade. O que tem Zé Mayer para todos os autores colocarem como o grande garanhão das novelas? Mesmo em seus grandes papéis como o Osnar de Tieta ou Fernando de Fera Radical ele era o cara. Engraçado que ele sempre foi magro, nunca teve uma beleza clássica, nem mesmo é considerado bonito por alguns. Mas, sua sensualidade é de chamar mesmo a atenção. Então, vai aqui uma lista dos cinco personagens mais sexys do ator:

Fera RadicalFernando (Fera Radical)

O cowboy Fernando era um bom moço, mas tinha três mulheres apaixonadas por ele: Marília, seu primeiro amor, vivida por Carla Camurati. Cláudia, Malu Mader em sua inesquecível justiceira de moto. Além de Ana Paula, a sobrinha vivida por Cláudia Abreu. Seu chapéu e cavalo branco eram irresistíveis para as mulheres.

TietaOsnar (Tieta)

O bon vivant do Agreste era conhecido por seus dotes físicos, várias piadas eram feitas sobre isso na linguagem jocosa da novela de Aguinaldo Silva. O grande garanhão da cidade, pegou desde Tieta à amante de Modesto Pires, Carol, vivida por Luiza Tomé, com que terminou a novela.




Muheres ApaixonadasCésar (Mulheres Apaixonadas)

O médico começou a novela viúvo, mas já tinha uma amante, sua assistente Laura vivida por Carolina Kasting. Além da Helena de Christiane Torloni, seu grande amor, teve também em seus braços Luciana, interpretada por Camila Pitanga.

Guerra dos SexosUlisses (Guerra dos Sexos)

Magrinho, o rapaz conseguia ser o boxer da novela. Apaixonado pela vilã Carolina vivida por Lucélia Santos, teve um affair apimentado com Vânia (Maria Zilda) e terminou a novela com Lucilene de Helena Ramos.



Lacos de FamiliaPedro (Laços de Família)

O personagem mais sexual do ator, quase um animal. Pedro foi o amor de adolescência da Helena de Vera Fisher, se envolvendo ainda com Helena Ranaldi e Debora Secco.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Manoel Carlos, Helena e o Leblon...

E ontem começou tudo de novo, mais um ciclo de Manoel Carlos e suas novelas cotidianas, com uma Helena protagonista, José Mayer de galã e o Leblon de cenário. No geral, gosto das tramas do autor como um passatempo sem compromissos. Não são grandes obras que marcaram minha vida, mas todas são boas de ver.

A grande característica de Manoel Carlos é a narrativa lenta, cotidiana, quase didática. Alguns adoram, eu acho cansativa. Em Viver a Vida, ele irá abordar um pouco o mundo da moda, pessoas com dificuldades de locomoção e os mesmo dramas familiares de sempre no bairro do Leblon.

Gostei da escalação de Thais Araújo como Helena, a atriz já demonstrou talento e vem galgando espaço cada vez maior na televisão. Agora uma coisa que não aguento mais é José Mayer no papel do galã pegador. O ator, que já fez personagens memoráveis em Guerra dos Sexos, Fera Radical e Tieta, ficou preso ao mesmo personagem, sempre envolvido com uma Helena. Aliás, as Helenas estão sempre envolvidas com Zé Mayer ou Tony Ramos, mesmo Lilian Lemmertz em 1981, era mãe do segundo. Só a Helena de Regina Duarte em Por Amor que não era par romântico de um dos dois atores. Nessa novela, o amor de Helena era Antonio Fagundes que não se deu bem com o autor.

Segundo o ator, "os homens de Manoel Carlos são bananas dominados por mulheres". Na verdade, é um outro tipo de homem, que sabe conviver com mulheres fortes, independentes e decididas, perfil de todas as Helenas do autor.



A abertura traz mais uma música da bossa nova (Sei lá, com Miucha e Tom Jobim), mas a resolução gráfica foi simples demais, decepcionante. O primeiro capítulo, no entanto, foi movimentado, com ritmo maior que o normal em uma novela do autor. Gostei do embate Thaís x Aline, assim como as cenas de Lília Cabral, sempre ótima em todos os papéis. Resta aguardar para ver o que vem por aí.

Assim como Páginas da Vida, o capítulo acaba com um depoimento real. Acho a idéia válida e interessante, uma forma de merchandising social, junção de ficção com realidade. Só tem que tomar cuidado para não cometer gafes como a pobre doméstica que sonhou com Roberto Carlos e perdeu o emprego.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Caminho das Índias antes tarde do que nunca

Caminho das indiasEnvolvida com o prêmio TopBlog que o outro blog que escrevo estava entre os finalistas, deixei de comentar o final da novela das oito, mas não queria deixar passar sem falar o que achei do final. Caminho das Índias começou bastante inconstante, com um casal pseudo-protagonista fraco e uma cultura muito diferente. Aos poucos, foi conquistando o público, construindo um amor, tal qual Raj e Maya. Expressões como are baba, Baguan Kelie, Mamadi, Arebaguandi, Atchá etc caíram na boca do povo. Aqui na Bahia teve até pagode indiano criado, mas essa parte deixa quieto que é melhor. Agora, o núcleo que conquistou a todos foi mesmo o dos Cadore.

A trama folhetinesca da psicopata Ivone com Raul e Sílvia conquistou a todos por suas nuanças, emoção pura. O drama de Melissa e Ramiro com o filho esquizofrênico, além do velho Cadore e da exôtica Inês. Isso sem falar de Ondina e Sheila, impagáveis, cada uma em seu papel.

A espevitada Norminha também será difícil de ser esquecida. Assim como os trambiqueiros César e Ilana, apesar dos excessos. No núcleo indiano há também o impagável Manu e o rígido Opash, em uma interpretação fantástica de Tony Ramos.

O fim acabou sendo muito bom, vi pessoas reclamando de incongruências e contesto algumas. A mudança de pensamento de Opash mesmo não foi sem sentido. Os conceitos não mudaram num piscar de olhos, mas ao descobrir o segredo de sua mãe, o personagem percebeu que tudo o que acreditava era relativo, ele que sempre falou que as castas eram o que eram, que dava para reconhecer um comerciante desde o berço, de repente percebe que ele não era um comerciante, mas um Bramani, ou seja, deu um nó na cabeça dele. Além disso, o amor que tinha pelo Niraj falou mais alto. Como condenar Maya, se sua mãe tinha feito o mesmo? Pouco antes do casal entrar na casa dos Ananda, Laura Cardoso falou: "está na hora de buscar a mãe de Niraj de volta".

Agora o reencontro do casal merecia um acabamento melhor. A emoção se perdeu com aquele efeito cinderela forçado e mal feito, mas enfim... Já Surya, acho que depois de tantas revelações, as armações dela seriam fichinha, então nascer outra menina foi seu maior castigo. Gostei, ao contrário de Ivone. A fuga da vilã reforçou a questão de impunidade reinando em final de novelas. Glória Perez quis mostrar um pouco a justiça brasileira e todas as suas brechas, mas, o final de Zeca também mostrou isso e foi mais satisfatório.

Outra coisa que não entendi foi porque o casamento de Bahuan e Shivani passou tão rapidamente, tanta produção gasta, elefantes, maquiagens, figurantes para segundos na tela. Muito estranho.

De qualquer forma, Glória Perez está de parabéns. Escrever uma novela no horário nobre, de sucesso já é difícil, ainda mais sozinha. Tudo fica ainda mais impressionante quando está se passando por um momento de saúde delicado. Mas, para quem já terminou uma novela após perder uma filha, ninguém duvidava que Caminho das Índias chegasse ao fim.



P.S. Fica apenas a observação sobre o sumiço da Dona Cidinha. A atriz Eva Todor teve que passar por uma cirurgia, não podendo gravar os últimos capítulos. Merecia pelo menos uma citação, ficou parecendo que a personagem nunca existiu. Uma pena.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Deus ex-machina em Caminho das Índias

Caminho das Indias trianguloNo teatro grego antigo, quando a tragédia chegava a um ponto chave, onde a narrativa emperrava, um Deus descia em uma máquina e resolvia o problema. Assim, tornou-se comum chamar de “Deus ex-machina” uma resolução no roteiro que não flui de maneira coerente, por vezes, inverossímil, vendo-se nitidamente o dedo do roteirista naquele desfecho.

Podemos explicar melhor o conceito com diversos exemplos da novela Caminho das Índias em sua reta final. Parece que Glória Perez perdeu um pouco de sua criatividade tão peculiar e forçou os finais empurrando soluções mirabolantes e sem coerência. O exemplo mais gritante é o drama do triângulo amoroso principal. Há controvérsias inclusive se existe um triângulo, já que Bahuan perdeu todo o seu sentido naquela história no momento em que Raj e Maya se casaram e se apaixonaram.

Provavelmente viveriam felizes até o fim dos tempos, com Maya escondendo seu segredo da mesma forma que fez Laksmi. Não tinha como, nem porque a cena de hoje acontecer. Maya teve seu filho “prematuro” na vila de sua família, nada foi alardeado, a família Ananda acreditou em tudo, como é que o pai de Shivani descobriu o segredo e Pandit tão esperto nem desconfiou? Mesmo que soubessem que Maya teve um filho trocado, como saber ser de Bahuan, se apenas o casal sabia de todos os pormenores? Nem mesmo Shankar sabia da gravidez da indiana. Maya só contou que não casou virgem para Kochi, Deva e Raj. É completamente sem nexo, a família Shivani descobrir o segredo.

Ainda que compremos a idéia, falar com o noivo já não era suficiente? Pra que mexer no que está quieto? Se não fosse a mãe de Shivani desenterrando essa história, ninguém jamais saberia. Não contente em falar com Bahuan, ela marca encontro com Maya, conversar com Suhia sem saber (outra incoerência já que Maya esteve em sua casa com Raj) e continua insistindo ao marcar um encontro entre Maya e Bahuan. Alguém explica por quê? Para piorar, os dois saem juntos e Raj vê o ex-casal conversando. Só aí, Maya confessa tudo. Are baba, é muito forçado.

Caminho das Índias, final alternativoAgora é esperar para conferir se tudo isso acaba em festa, com Maya perdoada pela família Ananda, o Dalit casado com a milionária e, claro, muita dança. Se bem, que tem a possibilidade dessa foto virar realidade, hehehe. Na verdade, foi um ensaio fotográfico de brincadeira, que está no blog da atriz Juliana Paes, onde Raj e Bahuan ficariam juntos, deixando Maya sozinha.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A volta de Ti Ti Ti

Ti Ti Ti_Reginaldo Farias Luis GustavoSucesso dos anos 80, a novela Ti Ti Ti escrita por Cassiano Gabus Mendes está de volta. Não se trata de uma reprise no Vale a Pena Ver de Novo, mas de um remake escrito por Maria Adelaide Amaral, que por anos foi colaboradora de Cassiano e está de volta às novelas após dedicar-se apenas a minisséries.

A trama gira em torno da guerra entre dois costureiros: Victor Valentin e Jacques Leclair, codinomes de Ariclenes Almeida e André Spina, personagens de Luiz Gustavo e Reginaldo Faria respectivamente. O sucesso da novela foi grande e é relembrado até hoje. Destaque para Malu Mader, em seu primeiro papel de destaque, fazendo par romântico com Cássio Gabus Mendes, filho do autor que estará no remake com o antigo personagem de Luís Gustavo, pai de seu personagem original e tio na vida real. A festa em família se completa com a presença de Tato Gabus Mendes, ainda sem personagem, Maria Adelaide já declarou que o quer na novela.

A trama deve substituir Bom Dia, Frankenstein, que por sua vez substituirá Caras&Bocas. E já gera expectativas, apesar de remakes são serem bem vistos pelo público. Talvez o sucesso de Paraíso tenha encorajado a Globo a investir no projeto. Eu preferia rever a trama original, mas torço para que Maria Adelaide consiga êxito em sua volta.

Suas minisséries foram um marco na trajetória da emissora, criando um produto híbrido, mais longo e uma obra aberta, ao contrário das anteriores que já estavam totalmente gravadas ao estrear e não passavam de 30 capítulos. Algumas foram muito boas como A Muralha, A casa das sete mulheres e Um só coração. Outras apesar de boas, foram fracasso de audiência como Os Maias. Mas, o formato se desgastou um pouco, JK já foi cansativo demais, e ela arriscou novamente com uma minissérie nos antigos formatos dos anos 80 (Queridos Amigos), voltando a ser sucesso. As telenovelas brasileiras estão precisando de um novo fôlego.

Quanto a Ti Ti Ti, para quem não conhece, ou não se lembra, a novela foi uma das maiores audiências do horário, com um grande elenco, a exemplo de Nathália Timberg , Zé de Abreu e Beth Gofman. O nome Ariclenes é uma alusão ao ator Lima Duarte, cujo nome verdadeiro é este. Outra curiosidade é que o cantor e compositor Roberto Carlos criou uma canção chamada A atriz, especialmente para Myrian Rios, sua mulher na época, por se sentir enciumado com as cenas dela com o ator Paulo Castelli. A canção não fazia parte da trilha sonora da novela.



O grande destaque, no entanto, ficou mesmo por conta da abertura feita por Hans Donner. O processo de criação das roupas feito por objetos que se movimentavam sozinhos impressionou principalmente pela época, sendo considerada até hoje uma das melhores aberturas de novelas.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Qual o melhor final para um vilão?

Ivone_Leticia SabatelaA novela Caminho das Índias está chegando ao fim e uma das resoluções esperadas pelo público é o final da vilã Ivone. No capítulo de ontem, Silvia descobriu o DVD no quarto da psicopata, uma resolução forçada no meu ponto de vista, afinal, alguém tão frio e inteligente como Ivone, deixar a prova do crime dentro do aparelho de DVD ligado, sabendo que a amiga está chegando, não faz sentido algum. Por que ela estaria assistindo aquilo naquele momento?

A expectativa, no entanto, é que ela sofra as consequências dos seus atos. Antes para um vilão só havia três finais possível: morrer, ser preso ou ficar louco. Por vezes, duas ou mesmo as três coisas aconteciam. Desde Vale Tudo, criou-se uma mania de vilão saindo ileso, uma forma de mostrar a impunidade no país. Marco Aurélio dando uma banana para o Brasil e Bia Falcão em Paris com seu amante jovem, são os mais marcantes.

Marco Aurélio da banana ao Brasil_Reginaldo FariaFinais surpreendentes são raros, gosto das soluções de Ivani Ribeiro, que tinha uma tendência a recuperar seus vilões. O mais emblemático desses foi Alexandre da novela A Viagem. Com uma temática espírita, o obsessor foi doutrinado, compreendendo que a vida é muito mais do que ferro e fogo. Ele aceitou o seu destino e reencarnou em busca de uma nova jornada. Outras novelas, não declaradamente espíritas também tinham resolução parecida.

Em O Sexo dos Anjos, Ruth, a irmã de Isabela, muda de comportamento ao ler o testamento de seu pai e perceber que ele não era o herói que esta pensava. Tanto que cabe a ela desmascarar a outra vilã da novela, sua tia Vera. A mulher é presa, mas seu maior castigo é o desprezo do filho João Paulo por quem ela tinha um amor doentio.

Em A Gata Comeu, Gláucia termina mal, mas sua mãe Ester também sofre um processo de regeneração. Assim como a mãe de Ruth e Raquel, em Mulheres de Areia que se arrepende de ter ajudado a filha má no final das contas. Essa visão não maniqueísta de Ivani Ribeiro sempre me agradou mais.

Outra novela que teve uma regeneração marcante da vilã foi Guerra dos Sexos. Ao se apaixonar por Felipe, Carolina se arrepende de tudo que fez, sofre diversas humilhações e termina recompensada com o amor do empresário milionário que ela tanto queria. Teve telespectador revoltado com esse final, mas o sofrimento passado pela megera nos últimos capítulos comoveu muita gente.



Agora resta aguardar para ver se Glória Perez consegue fazer um final coerente e surpreendente para sua maior vilã. Diante de alguns truques que ela está usando nesses últimos capítulos, temo muito que consiga, mas estou torcendo.